Noites polares: como é viver sem ‘nascer do sol’ em temperaturas congelantes?

Em janeiro, a cidade de Utqgiavik costuma registrar uma média de - 27ºC

23 jun 2024 - 05h00
Representação de 'noites polares'
Representação de 'noites polares'
Foto: Pexels | Banco gratuito de imagens

A ‘noite polar’ é um fenômeno astronômico que ocorre em algumas partes do planeta. Refere-se a um período de penumbra prolongada causada por pouca ou nenhuma luz solar.

De forma popular, pode-se dizer que as ‘noites polares’ são caracterizadas pelo tempo em que o Sol não se eleva acima do horizonte, ou seja, “não nasce” por mais de 24 horas. Esse fenômeno ocorre ao norte do Círculo Polar Ártico e ao sul do Círculo Polar Antártico. O que se sabe é que quanto mais perto dos polos, maior a duração do período da ‘noite polar’.

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No Polo Norte, o Sol se põe em meados de setembro, geralmente quando ocorre o equinócio de outono, e apenas volta a nascer em março. Ao todo, são 179 ‘noites polares’. 

Em Utqiagvik, cidade anteriormente conhecida como Barrow, os moradores enfrentam aproximadamente 65 noites polares ao ano. O povoado localizado no Alasca, território dos Estados Unidos, se despede do Sol em novembro e apenas o vê de novo em janeiro.

Apesar do nome, as ‘noites polares’ não são escuridões intermináveis. Em algumas localidades, como Utqiagvik, por exemplo, existe um fenômeno chamado 'crepúsculo polar'. Nele, a luz do Sol é refratada no horizonte, de forma branda, durante seis horas do dia, fornecendo luz suficiente para que as pessoas mantenham suas atividades rotineiras.

Existe também o “crepúsculo astronômico”, que é quando a região passa por dias tão escuros que as únicas luzes vistas são das estrelas, da aurora boreal ou da aurora austral.

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Representação de 'noites polares'
Foto: Pexels | Banco gratuito de imagens

Como é viver em região de ‘noite polar’?

Já é cientificamente comprovado que a ausência de luz solar pode afetar o ciclo circadiano de uma pessoa, ou seja, as funções biológicas mais comuns, causando privação de sono, dificuldades intestinais, mudanças de humor, entre outras consequências. 

Nessas comunidades, é comum que os habitantes façam a ‘terapia da luz’. O tratamento visa combater a deficiência de vitamina D, ocasionada pela falta de luz do dia, com lâmpadas que simulam os raios solares, ajudando-os também a serem ativos física e psicologicamente. Além disso, nessas regiões, os moradores são incentivados a participar de todas as atividades sociais, visto que o convívio ajuda a evitar quadros de depressão. 

O convívio, porém, é desafiante diante das baixas temperaturas. Em janeiro, por exemplo, a cidade de Utqgiavik costuma ter uma média de - 27ºC. O município norueguês de Kautokeino, por sua vez, viu seus termômetros apresentarem temperaturas de - 40º C.

É válido citar que não são apenas o humanos que precisam driblar o frio intenso. Os lemingues e ratazanas, comuns na região, cavam profundamente para sobreviver. Nos baixos níveis terrestres, se alimentam de sementes remanescentes da estação anterior. Os esquilos optam por hibernar, e até os ursos polares ajustam seus ritmos em invernos rigorosos. O comportamento é chamado de “abrigo de abrigo” e ocorre quando eles optam por economizar energia durante faltas de presa na estação.

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Fonte: Redação Terra
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