O ano de 2023 foi marcado por recordes climáticos, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), que lançou nesta quinta-feira, 30, o relatório sobre o Estado do Clima Global, em Dubai.
Divulgado um dia antes do início da Conferência da ONU sobre o Clima (COP28), o relatório confirma este ano como o mais quente já registrado. As informações até o final de outubro revelam que a temperatura média anual ultrapassou aproximadamente 1,4ºC em relação à linha de base pré-industrial de 1850-1900.
Segundo o documento, a discrepância entre este ano e 2016 e 2020, anteriormente considerados os mais quentes, é tão significativa que é improvável que os 2 últimos meses do ano impactem o recorde estabelecido nos 174 anos de registros.
"As coisas estão avançando tão rapidamente que, a um mês antes do final do ano, já podemos declarar que 2023 é o ano mais quente registrado na história da humanidade", disse António Guterres, secretário-geral da ONU, em entrevista coletiva.
"Estamos vivendo um colapso climático em tempo real --e o impacto é devastador", afirmou. "O relatório de hoje mostra que estamos em apuros", completou.
Ainda segundo a OMM, que é vinculada à ONU, os últimos 9 anos, de 2015 a 2023, foram os mais quentes já registrados. O fenômeno de aquecimento El Niño, que começou durante a primavera do Hemisfério Norte e se intensificou rapidamente no verão, provavelmente contribuirá ainda mais para o calor em 2024.
O calor extremo impactou várias regiões do mundo, principalmente no sul da Europa e no norte da África. Na Itália, as temperaturas alcançaram 48,2°C, enquanto recordes foram registrados em Túnis (Tunísia) com 49°C, Agadir (Marrocos) com 50,4°C e Argel (Argélia) com 49,2°C.
* Acompanhe mais notícias sobre o meio ambiente no Terra Planeta.