A Força Aérea Brasileira (FAB) tornou público um documento que registra em um banco de dados os voos ilegais que atravessam as fronteiras na região da Amazônia. No entanto, a Aeronáutica reconhece que não compartilha essas informações com outras entidades, como a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), que têm a responsabilidade de investigar as atividades do crime organizado. As informações são do UOL.
De acordo com fontes da PF, nos últimos meses a FAB negligenciou solicitações para compartilhar dados referentes a voos ilegais na região amazônica. Essas informações seriam utilizadas para dar suporte a investigações e operações, incluindo aquelas conduzidas em terras yanomamis afetadas por garimpos ilegais.
Segundo relatos de agentes da PF, esses voos são utilizados para o cometimento de crimes ambientais, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Na avaliação deles, a restrição ao acesso a informações compromete a eficácia no combate a atividades criminosas.
A FAB, por sua vez, afirma que os voos ilegais são catalogados e monitorados exclusivamente para "uso interno", oferecendo apoio a "atividades de inteligência e ações de policiamento do espaço aéreo, que podem ocorrer em operações conjuntas e interagências".
A Aeronáutica somente revelou a existência do banco de dados e a ausência de compartilhamento com órgãos competentes após pedidos de informações feitos pelo site sobre o controle do espaço aéreo. Inicialmente, ao negar as solicitações da reportagem, a FAB justificou citando risco à "segurança nacional" e invocou um decreto da época da ditadura militar para manter o sigilo.
O que são voos ilegais ?
Voos ilegais referem-se a aeronaves que operam sem planos de voo ou viajam à revelia deles, também conhecidos como TAD (tráfego aéreo desconhecido).