O planeta voltou a bater recordes de temperatura e teve o início de ano mais quente da história. O levantamento é do Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia, que leva em consideração todo o período desde o início das medições e registros de temperatura, em 1950.
Segundo a agência, janeiro de 2024 registrou uma temperatura média do ar na superfície de 13,14ºC. A média supera em 0,70ºC o período de 1991-2020 e em 0,12ºC o até então recorde para o primeiro mês do ano, registrado em janeiro de 2020.
O levantamento aponta que janeiro passado foi o oitavo mês consecutivo a bater recordes de altas temperaturas. Apesar de ser menor com relação ao segundo semestre de 2023, a anomalia do aquecimento global em janeiro supera qualquer outro mês antes de julho do ano passado, de acordo com o Copernicus.
Outro dado relevante é um aumento médio de 1,66ºC de janeiro em relação ao período pré-industrial, de 1850 a 1900, usado como parâmetro para o controle do aquecimento global. Para o ano todo de 2023, esse aumento é de 1,52ºC acima do referencial.
A média elevada acende um alerta entre especialistas. Entre as metas do Acordo de Paris, de 2015, o controle do aumento do aquecimento global em até 1,5ºC era um dos objetivos dos países signatários que acabou descumprida.
De acordo com o relatório, este aumento foi impulsionado por uma série de fatores, incluindo as emissões de gases de efeito estufa, que continuam a aumentar, e as mudanças na circulação atmosférica.
Segundo os cientistas, as consequências das alterações climáticas já estão a ser sentidas em todo o mundo, com fenômenos meteorológicos extremos a tornarem-se mais frequentes e intensos.
Em 2023, as ondas de calor, as secas e os incêndios florestais atingiram níveis recordes em muitas partes do mundo, causando danos à propriedade e à vida humana.