O Brasil bateu recorde de ocorrências de desastres hidrológicos e geohidrológicos em 2023, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Dados divulgados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontam que o Brasil bateu recorde de ocorrências de desastres hidrológicos e geohidrológicos em 2023.
No total, no ano passado, foram registrados 1.161 eventos de desastres. Desses, 716 são associados a eventos hidrológicos, como transbordamento de rios, e 445 de origem geológica, como deslizamentos de terra.
De acordo com mapa apresentado pelo Cemaden, a maior parte dos desastres está localizada na faixa leste do país (veja abaixo). A cidade de Manaus, no Amazonas, foi a que registrou o maior número de ocorrências: 23, ao todo. Em seguida, aparece São Paulo (SP), com 22, e Petrópolis (RJ), com 18 ocorrências.
Ainda segundo os dados, em 2023, foram emitidos 3.425 alertas de desastres para os municípios monitorados pelo Cemaden. O órgão monitora 1.038 municípios, que representam 18,6% das cidades do País e abrangem 55% da população nacional.
Dos mais de 3 mil alertas de desastres, 1.813 foram hidrológicos e 1.612 foram geológicos. O total é o terceiro maior quantitativo de emissão de alertas de desastres desde a criação do Centro, em 2011.
Conforme o Cemaden, a mudança no clima é um dos fatores que pode explicar o recorde de desastres naturais registrados no Brasil. No ano passado, por exemplo, houve uma transição do fenômeno La Niña para o El Niño, o que ocasionou uma mudança no padrão das chuvas em relação à média histórica.
Impactos dos eventos extremos
Em 2023, foram registradas 132 mortes associadas a eventos relacionados a chuvas. Além disso, foram contabilizadas 9.263 pessoas feridas ou enfermas, e 74 mil desabrigados. No total, 524 mil pessoas ficaram desalojadas.
Em relação aos danos materiais, os dados apontam para mais de R$ 5 bilhões em obras de infraestrutura e instalações públicas e unidades habitacionais. Já os prejuízos econômicos ficam em torno de R$ 25 bilhões, considerando as áreas pública a privada.
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