Uma empresa suíça criou uma tecnologia de cápsula de café biodegradável, substituindo embalagens plásticas e incentivando compostagem.
Cafés em cápsulas unem praticidade a um hábito diário de consumo de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Por outro lado, as doses únicas de café representam um desafio na luta pela conservação do meio ambiente.
Com o objetivo de transformar o consumo de café encapsulado em um hábito sustentável, uma empresa suíça desenvolveu o café 'em bolotas', uma tecnologia que envolve o grão moído em uma fina película de alga biodegradável.
Assim que consumida, a cápsula natural pode ser descartada em composteiras, reduzindo o acúmulo de plástico que, anualmente, chega a 400 mil toneladas de embalagens plásticas de café encapsulado, segundo a Agência de Alimentos e Agricultura (FAO, em inglês) da Organização das Nações Unidas.
As 'bolotas' de café devem ser usadas em uma máquina própria que, após o uso, reúne os invólucros para o descarte. O projeto é da CoffeeB, uma startup de tecnologia alimentícia fundada em 2022, responsável pelo desenvolvimento das cápsulas 'sem cápsula' e da máquina de café. Atualmente, atende apenas ao mercado europeu, na Suíça, França e Alemanha, com planos de expansão para outros mercados.
A própria empresa incentiva a compostagem das cápsulas após o consumo. A ideia é, gradativamente, substituir as embalagens de plástico a longo prazo. "Cápsulas de alumínio e plástico vão deixar de ser viáveis. A ideia é simples, as bolas reolvem o problema do manejo de resíduos. Assim como com os carros elétricos, isso não acontece do dia para a noite, mas é o futuro", explica o presidente da empresa, Frank Wilde.
Segundo o site da companhia, a máquina específica para as bolotas custam, em média, 149,90 francos suíços (R$ 860, na conversão atual), enquanto as cápsulas são vendidas por 4,40 francos suíços (R$ 25), em embalagens com nove unidades.
Apenas nos Estados Unidos e na Europa, 62 bilhões de cápsulas de café são consumidas anualmente - destas, 27% acabam recicladas, o que resulta em 47 bilhões de embalagens descartadas em aterros, segundo dados de uma agência especializada norte-americana.