O rio Guaíba transbordou e alagou os centros de treinamento de Grêmio e Internacional nesta sexta-feira, 3, em Porto Alegre. Os rivais tiveram as partidas do Campeonato Brasileiro neste final de semana adiadas e deram folga aos jogadores.
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A última vez que o rio Guaíba passou de 4 metros foi em 1941, quando a cota máxima foi de 4,76 metros. Desde a enchente histórica, há 83 anos, essa é apenas a quarta vez que o rio ultrapassa a cota de transbordamento de 3 metros.
Solidariedade no futebol
Os rivais Grêmio e Internacional anunciaram que irão ajudar as vítimas das fortes chuvas que alagaram as cidades do Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Até o momento, foram registrados pelo governo do estado 24 mortes, 21 desaparecidos e cerca de 14 mil desabrigados.
Nesta quinta-feira, (2), o Grêmio anunciou que irá disponibilizar quatro pontos para coleta de doações, incluindo roupas, alimentos não perecíveis e materiais de higiene e limpeza. São eles: a Arena, o antigo estádio Olímpico, o CT do Cristal e o CT Presidente Hélio Dourado, CT Feminino localizado em Canoas e o Hotel Park Plaza Moinhos.
O tricolor gaúcho ainda realizará uma live às 19h, no canal do clube, para sortear a segunda camisa da equipe autografada pelos jogadores. Ela será sorteada para as pessoas que participarem das doações.
Já o Internacional utilizou as redes sociais para convocar os torcedores a participarem das campanhas de doações para as vítimas das chuvas. Roupas, calçados, itens de higiene e limpeza, ração e alimentos não perecíveis estão entre os itens listados. As doações poderão ser feitas no portão 1 do Gigantinho do dia 02/05 até o dia 11/05, das 8h às 18h.
Temporal no Rio Grande do Sul
Ao menos 235 municípios foram afetados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a segunda-feira, 29, segundo a Defesa Civil do Estado. Nesta sexta-feira, 3, subiu para 35 o número de mortes, ao menos 74 pessoas estão desaparecidas, 56 feridas e mais de 17 mil moradores estão desalojados.
Até o momento, mais de 350 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas. Além dos desalojados, 7.165 estão em abrigos fornecidos pelas prefeituras.
Em entrevista coletiva na quarta-feira, 1º, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a destruição causada pelas chuvas deve resultar no "maior desastre da história" gaúcha em termos de prejuízo material.
"Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates", afirmou o político. "Será o maior desastre que o nosso Estado já tenha enfrentado. Infelizmente maior do que o que nós assistimos no ano passado", acrescentou ele.
Nas redes sociais, o governador ainda comparou a situação das chuvas a um cenário de guerra. "Precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos", escreveu. *Com informações do Estadão Conteúdo