Os moradores da capital paulista ainda enfrentam transtornos com a falta de energia, que já passa de 66 horas. Após as fortes chuvas, com rajadas de vento que atingiram a região, cerca de 413 mil imóveis continuam sem energia elétrica nesta segunda-feira, 6. A Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, informou que 66% dos atingidos tiveram o serviço restabelecido.
Ao todo, 2,1 milhões de clientes foram impactados desde sexta-feira, 3, na Grande São Paulo. Em entrevista ao Bom dia SP, da TV Globo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) informou que somente na capital paulista, 1,5 milhão ficaram sem energia. Deste montante, mais de 400 mil ainda esperam pelo reestabelecimento da energia.
"Nós já tivemos a remoção de 172 árvores, que estão relacionadas a queda da energia, ou que estão atrapalhando o trânsito. Só para ter uma ideia, 125 árvores nessas condições, aguardando a Enel fazer o desligamento de energia para poder atuar", declarou.
Ele ainda diz que as equipes da Defesa Civil, junto das subprefeituras, foram ampliadas para poder restabelecer a energia, mas destaca que depende que a Enel faça o trabalho de desligamento da energia para remoção das árvores. Além dos imóveis e estabelecimentos, 600 semáforos deixaram de funcionar, sendo que 77 semáforos continuam desligados na manhã desta segunda.
De acordo com o prefeito, todas as unidades básicas de saúde, de pronto atendimento e hospitais funcionam normalmente e não foram impactados. Já não é possível dizer o mesmo das escolas, pois delas 12 estão fechadas devido à falta de energia.
Algumas dessas unidades escolares estão localizadas no Campo Limpo, Jaçanã, Ipiranga, e Guaianases, além de outras localidades da capital paulista. Veja a lista:
• EMEF Euclides de Oliveira Figueiredo
• CEI CEI Aloysio de Meneses Greenhalgh
• EMEI Montese
• CEU CEMEI Vila Alpina
• EMEI Vila Ema
• CEI Genoveva D'Ascoli
• Emei Vila Ema
• EMEF JOÃO NAOKI SUMITA
• CEI Jardim Adutora
• EMEI Pestalozzi
• EMEF Plinio de Queiroz
• CEI Vila Flavia
Moradores protestam
Na noite de domingo, 5, moradores da região da Vila Califórnia, na Zona Leste de São Paulo, decidiram ocupar as ruas para se manifestar. Eles reivindicam ações para que o fornecimento de luz retorne ao bairro, que estava há mais de 60 horas sem energia.
A população interditou a Avenida Engenheiro Thomaz Magalhães, no sentido Centro, próximo à Avenida do Estado. Eles gritavam "queremos luz" e batiam palma na tentativa de chamar a atenção para a região. Nas imagens é possível ver carros parados e os moradores sendo acompanhados pela Polícia Militar.
Maior impacto desde a década de 90
Conforme Nunes destacou, desde 1995 a cidade não registra uma situação tão alarmante quanto essa, com tantos bairros sem energia elétrica. Por isso, a administração pública pede uma solução para os transtornos gerados devido às fortes chuvas na região.
Na tarde desta segunda, o prefeito se reunirá com o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica e a Enel para cobrar um plano de contingência. "Esses profissionais que atuam para desligar a energia [para que seja realizada a remoção das árvores] são muito especializados, não tem uma quantidade para poder chamar com facilidade. Uma vez que a gente já sabe disso, é preciso que eles tenham um maior número de funcionários preparados e equipamentos para uma situação dessa", declarou o prefeito.
A prefeitura também rebece nesta semana dois caminhões que serão cedidos aos Corpo de Bombeiros para a remoção de árvores. Depois, mais quatro veículos serão encaminhados para os batalhões para auxiliar nos trabalhos, caso haja novos casos como o que aconteceu na última sexta-feira.
Enel
No site, a Enel informa que foi restabelecida a energia para 66% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval. “A tempestade foi a mais forte dos últimos anos e provocou danos severos na rede de distribuição. Nossos esforços estão concentrados em reconstruir os trechos destruídos e normalizar o cenário”, diz a nota.
Além disso, a concessionária declara que os profissionais estão trabalhando 24 horas por dia para normalizar o fornecimento o mais breve possível. “Devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a recuperação ocorre de forma gradual. Em atuação conjunta com o Corpo de Bombeiros, Prefeitura e outras autoridades, estamos priorizando os casos mais críticos, como serviços essenciais", finaliza.