Um incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros já destruiu 10 mil hectares do bioma, informou neste domingo, 8, a administração da unidade de preservação do local. O parque, em Goiás, é uma das principais áreas de preservação do cerrado.
Em nota, a administração do parque disse que não sabia "o que ou quem" provocou o incêndio, iniciado na última quinta-feira. O comunicado informa que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o PrevFogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), trabalham juntamente com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás para conter a chamas.
As equipes informaram que dois aviões do ICMBio atuam na região. A chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), Nayara Stachesk, disse ao portal de notícias G1 que os aviões são utilizados para lançar água, enquanto os brigadistas atuam na linha do fogo.
A Rede Contrafogo, que articula brigadas de voluntários, e o Instituto Biorregional do Cerrado (IBC) também atuam na região. Segundo Stachesk, são mais de 55 brigadistas e voluntários trabalhando no combate às chamas.
"Estão na linha cerca de 25 brigadistas do ICMBio, 25 do PrevVogo, cinco bombeiros militares e dois voluntários. Hoje devem entrar outros cinco voluntários da Aliança da Terra", informou.
"A linha está num lugar de difícil acesso. A gente não está deixando a linha sem ninguém, mas isso cansa muito o brigadista, que tem que andar 10, 20 quilômetros para chegar até o fogo", disse a chefe do PNCV. Ela explicou que o Corpo de Bombeiros não pôde enviar um helicóptero porque a aeronave se acidentou em julho deste ano.
Incêndio deve aumentar
A linha de fogo está localizada entre o chamado Paralelo 14 e Simão Correa. O trânsito da rodovia GO-118, que liga Alto Paraíso de Goiás a Teresina de Goiás foi interrompido no sábado.
Mesmo que alguns focos de incêndio da região já tenham sido debelados, Stachesk alerta que o incêndio não foi controlado e ainda deve aumentar.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, conhecido como "berço das águas", está sob risco de perder cerca de 34% do fluxo dos rios até 2050, segundo um estudo realizado pelo Instituto Cerrados.
De acordo com monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram detectados, até este sábado, 48.966 focos de queimada no bioma em 2024, números que ficam atrás apenas da Amazônia, com 79.175 focos.
A seca recorde no Brasil e possíveis ações criminosas fizeram com que os incêndios florestais nas últimas semanas acumulassem 152.383 focos, uma quantidade 103% maior que a do mesmo período em 2023.
rc (EBC/ots)