A Defesa Civil do Rio Grande do Sul fez um apelo por doações para a população do estado atingida pelos temporais. Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira, 7, a chefe de Comunicação da Defesa Civil do Estado, a tenente Sabrina Ribas, afirmou que a demanda é "bem grande para que a gente possa atender esses abrigos e as pessoas que estão sendo atendidas".
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
"Não estamos recebendo roupas ainda, porque o estoque da Defesa Civil está atendendo plenamente os municípios atingidos. A prioridade de entrega são cobertores, colchões novos ou em bom estado de uso, roupa de cama, roupa de banho, toalhas, kits de alimentos e kits higiene pessoal e limpeza", pediu a tenente durante a coletiva no Centro de Operações montado pela Defesa Civil no Regimento Osório do Exército brasileiro, que fica em Porto Alegre (RS).
A Defesa Civil também recebe ração animal, fraldas infantis e geriátricas, além de água potável. "Muita gente também vem oferecendo alimentos preparados, marmitas, quentinhas. É importante, mas façam um contato prévio com as prefeituras, com a defesa civil ou diretamente com o abrigo, para que não ocorra o desperdício desses alimentos", lembrou Sabrina, que aproveitou para falar da participação de empresas dispostas a doar mantimentos. "É importante ligar antes para a Defesa Civil estadual no (51) 3210 4255, para tratar de questões logísticas". Há também o portal sosenchentes.rs.gov.br, com a lista dos itens mais necessários.
Até o momento, 90 óbitos foram confirmados e ainda há outos quatro em investigação, em 388 municípios gaúchos que reportaram danos ou ocorrências. 48.147 pessoas estão em abrigos públicos, 155 mil estão desalojadas --ou seja, precisaram sair de suas casas e foram para casas de parentes e amigos -- e 361 ficaram feridas e precisaram receber atendimento médico.
Reforço na ajuda
Além dos estados brasileiros que já apoiavam as operações de resgate da população afetada --ainda há 132 pessoas desaparecidas ou sem comunicação no estado, segundo o último balanço divulgado nesta terça--, a Defesa Civil passou a contar com a ajuda do Uruguai, que enviou embarações para reforçar a ajuda humanitária.
A tenente ainda reforçou que a atuação de voluntários com motos aquáticas ou barcos é bem-vinda para resgatar pessoas afetadas, já que o cenário é atípico, mas "desde que mantenham sua própria segurança".
Com uma terça mais quente na maior parte do estado, a preocupação para os próximos dias é com as áreas do Sul gaúcho, na fronteira com o Uruguai, onde ainda chove muito e vão ter bastante chuva ao longo das próximas horas, segundo a meteorologista Cátia Valente, da Defesa Civil estadual.
O cenário deve mudar na sexta-feira, 10, quando a instabilidade aumenta e se amplia novamente para todo o estado, em espacial na metade norte. Há previsão de mais chuva forte para o Centro, Região Metropolitana de Porto Alegre, região dos Vales, e para as regiões Noroeste, Nordeste, Serra e Litoral Norte.
"Essas chuvas mais expressivas podem prejudicar os trabalhos de resgates", alertou Cátia.
Nível dos rios
O hidrólogo da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, Pedro Camargo, também atualizou a situação dos rios do estado. "O Taquari e Caí voltaram a condição de normalidade. Ainda estão em áreas de alerta, mas eles vêm descendo de forma contínua e isso não deve ser alterado nos próximos dois dias, já que a previsão é de tempo firme".
A pior situação se encontra nos rios Pardo, Jacuí, dos Sinos, Gravataí e Guaíba, onde a demora para escoar está maior. O Rio Uruguai também possui áreas que estão acima da cota de inundação, o que preocupa o órgão.