Em meio aos efeitos de um El Niño que fez com que 2023 esteja entre os anos mais quentes da história recente do planeta, as previsões dos órgãos de monitoramento do clima para o mês de dezembro indicam aumento nas temperaturas, altos volumes de chuva no Sul e seca prolonga na região Norte do Brasil, além de não haver indícios de novas ondas de calor para os últimos 31 dias do 2023.
O mês de novembro acabou marcado por extremos, entre chuvas, ventanias e secas. Segundo o Climatempo, a influência do El Niño fez com que a região Sul fosse castigada por grandes volumes de chuva, acentuou a instabilidade nos Estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, além de facilitar a ocorrência de uma nova onda de calor, a quarta e consecutiva do ano.
Para dezembro, o órgão aponta que o fenômeno deve atingir seu auge, que deve continuar até janeiro de 2024. Isso significa calor acentuado nas regiões brasileiras que, apesar das altas temperaturas, não devem sofrer com o calor intenso como o vivido no último mês. As ondas de calor, por exemplo, se tratam de fenômenos isolados e não tem a ver com as temperaturas esperadas para o mês, aponta o órgão.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas em quase todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul, podem ficar entre 0,5ºC a 1ºC acima da média, com os termômetros marcando, em média, 28ºC, principalmente no Norte e Nordeste. Já no Sul, o volume de chuvas pode derrubar as temperaturas para abaixo da média de 24ºC.
Com relação às precipitações, Estados do Norte e Nordeste têm previsões de chuvas inferiores à média para o mês de dezembro, com expectativa de 200 milímetros até o final do ano, assim como no Norte de Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo.
Para o Centro-Oeste e Sudeste, são esperadas chuvas acima da média e mais regulares, com volume de 300 mm em áreas de Mato Grosso, Goiás, centro-sul de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e sul do Rio de Janeiro.
No Sul, são esperadas chuvas acima da média para os Estados de Paraná e Santa Catarina, com volume próximo aos 180 mm. No Rio Grande o Sul, há expectativa de menos precipitações e tempo mais estável, com chuvas próximas à média.
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Chuvas e o agro
O reflexo da mudança também se dá nas produções agrícolas, segundo o Inmet. O baixo volume de chuva pode afetar a produção na região 'Matopiba' (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). O menor volume de água pode atrapalhar o desenvolvimento das safras já em andamento na região.
Na região Central do Brasil, o Inmet aponta para o retorno gradual das chuvas, importante para a recuperação dos níveis de água no solo. Com exceção de algumas áreas com menos precipitações, o cultivo na região se beneficia do aumento de umidade no solo.
Já no Sul, a continuidade das chuvas proporciona boa umidade e beneficia o cultivo das primeiras safras. Porém, uma precipitação maior em algumas regiões pode provocar o excesso de água e encharcamento do solo, prejudicando a colheita dos cultivos de inverno e o beneficiamento das primeiras safras.
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