Luisa Mell foi uma das voluntárias trabalhando no resgate de animais que precisaram ser deixados para trás nas casas que foram invadidas pelas enchentes em Canoas (RS). Em sua última conversa com Planeta, a ativista comentou que estava muito machucada, mas ainda não tinha dimensão do que havia acontecido com o seu corpo.
"Eu não estava mais aguentando. Acordei às 3h da manhã berrando de dor e acordando todo mundo da casa onde eu estava hospedada", conta Luisa, que já havia tomado diversos remédios diferentes e nada a fazia melhorar.
A ativista precisou voltar para São Paulo (SP) para receber atendimento em um hospital: "Fui de Canoas para Florianópolis, sei lá quantas horas de carro, daí peguei um voo para São Paulo. Assim que cheguei, fui direto para o hospital".
O seu objetivo era passar em uma consulta, cuidar da dor e voltar para o Rio Grande do Sul, mas foi proibida pelo médico. Luisa quebrou duas costelas durante os resgates.
Ela comenta que a dor começou na terça-feira (7), após resgatar um cavalo que estava dentro da água. "O médico falou que eu não poderia tomar mais nenhuma pancada e eu nem contei que eu já tinha tomado várias outras depois", diz ela, que se sente aliviada por não ter tido nenhum órgão perfurado, mesmo tendo trabalhado com as costelas quebradas.
Agora, em repouso e medicada, uma equipe a substitui no Rio Grande do Sul: "É gente que trabalha comigo há 22 anos. São pessoas que já foram do exército. Elas são muito melhores do que eu porque nadam muito melhor e sobem no telhado melhor também".
"Infelizmente não vou poder mais estar na linha de frente, seria um suicídio para mim. Mas assim que eu melhorar um pouco, eu vou voltar para ajudar na parte dos abrigos", diz. "De longe eu choro mais ainda do que quando estava lá".
Enquanto se recupera, Luisa está organizando uma nova campanha para ajudar os abrigos e os protetores que estão cuidando dos animais vítimas das enchentes. "Conheci muitos protetores independentes, pessoas que me abraçavam e choravam, que estavam com 30 gatos, 40 cachorros e que não tinham mais onde colocar", lembra.
Apesar de muitas ONGs estarem in loco ajudando, para a ativista, agora, o mais importante é começar a melhorar as condições e a capacidade dos abrigos. "Os protetores fazem um trabalho que deveria ser do Estado. A gente conta com as pessoas sensíveis e que fazem a diferença", diz.
De São Paulo (SP), Luisa está em contato com os envolvidos para organizar uma arrecadação direta para quem está cuidando dos bichos: "Para a gente ajudar a reconstruir e ajudá-los a cuidar de todos esses animais depois desse primeiro momento de caos. O segundo momento me preocupa muito, já que no primeiro tem bastante gente arrecadando".
A campanha ainda não foi lançada, mas ela terá como objetivo o apadrinhamento de protetores. Ou seja, cada pessoa poderá escolher um protetor para realizar doações. "A ajuda não pode parar".
Enquanto isso, você pode ajudar a equipe de Luisa Mell a continuar o trabalho em Canoas (RS). Para doar, utilize a chave Pix 51.582.797/0001-13 (CNPJ)