Ao menos 134 municípios foram afetados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a segunda-feira, 29, segundo a Defesa Civil do Estado. Nesta quinta-feira, 2, subiu para 13 o número de mortes, ao menos 21 pessoas estão desaparecidas e mais de 5 mil moradores estão desalojados.
Além disso, mais de 44 mil pessoas foram afetados por causa da chuva. Além dos desalojados, 3.079 estão em abrigos fornecidos pelas prefeituras. Ao todo, foram registrados 12 pessoas feridas.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 1º, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a destruição das chuvas que atingem o estado devem resultar no "maior desastre da história" gaúcha em termos de prejuízo material.
"Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates", afirmou o político. "Será o maior desastre que o nosso Estado já tenha enfrentado. Infelizmente maior do que o que nós assistimos no ano passado", acrescentou ele.
Nas redes sociais, o governador ainda comparou a situação das chuvas a um cenário de guerra. "Precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos", escreveu.
Ainda na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um trecho de uma conversa que teve com Leite e informou que irá ao Estado. "Amanhã [quinta, 2] vou pessoalmente ao Sul para verificarmos a situação e o trabalho conjunto dos ministros com o governo do estado", escreveu ele em publicação no X (antigo Twitter).
Com os fortes temporais, a região já registrou deslizamentos, alagamentos, quedas de pontes e árvores, e também falta de energia elétrica. Um homem chegou a ser levado pela água na ERS-403, na altura entre as cidades de Cachoeira do Sul e Rio Pardo, Região Central do estado. O carro dele ficou submerso e ele ficou cerca de 15 horas sobre o veículo, sendo resgatado por um grupo de pessoas.
No quilômetro 228 da rodovia RSC-287, uma ponte foi arrastada pelas águas em Santa Maria. Um vídeo capturou o momento em que a estrutura cede e cai na correnteza. Veja abaixo:
A ponte desaba em Santa Maria, Rio Grande do Sul pic.twitter.com/VzamJXBvGx
— · Mia · 🤖 🌻 ✨ ✌️✌️ · 𝕏 💙 (@WhiteRabbitX_) May 2, 2024
Em Rio Pardo, também houve uma ocorrência de ponte levada pela correnteza. Segundo informações da prefeitura, a ponte histórica foi construída em 1823, ou seja, possuía mais de 200 anos, e permitia apenas a passagem de pessoas e animais.
Ex-prefeito de Rio Pardo e atual deputado Estadual Edvilson Brum flagra momento em que ponte sobre o Rio Pardo em Rio Pardo/RS colapsa.
A equipe da Sigma Meteorologia recomenda que a população não saia de casa, somente em situações de emergência ou recomendação da Defesa Civil. pic.twitter.com/HbyUcYbq6Q
— Sigma Meteorologia (@SMeteorologia) May 1, 2024
Uma residência em Putinga, no Vale do Taquari, a 208 quilômetros de Porto Alegre, foi levada pela enchente nesta quarta-feira. O município iniciou a evacuação de mais de 50% dos moradores da região central devido o risco de rompimento da barragem Santa Lúcia. A estrutura, que está desativada, atingiu a cota de inundação e pode inundar mais da metade da cidade.
Cerca de 800 moradores estão sendo evacuados do centro de Putinga, no Vale do Taquari, nesta quarta-feira (1º). 👥 #chuvanors
Segundo o prefeito Paulo Lima, a mobilização ocorre devido ao risco de rompimento da barragem Santa Lúcia, que fica a dois quilômetros da área. Ainda… pic.twitter.com/fH1uC00sLF
— GZH (@gzhdigital) May 1, 2024
O Rio Caí atingiu a maior marca da sua história em São Sebastião do Caí: 16,67 metros. As águas invadiram a ERS-122, próximo da entrada da cidade, sendo esta a primeira vez que tal fenômeno ocorre, conforme relato da Defesa Civil. Em diversos pontos, os bombeiros precisaram utilizar barcos para resgatar pessoas que ficaram ilhada.