Em um relatório publicado neste domingo, 3, comparando dados e medições da última sexta-feira, 1º, com os registrados no sábado, 2, o Ministério de Minas e Energia informou que houve uma "estabilização da situação" em Maceió. Segundo o texto, foi observada uma redução do ritmo de afundamento e também da probabilidade de deslocamentos de terra de larga escala.
Apesar disso, o documento ressalta que ainda é preciso atenção, já que o deslocamento continua em velocidade elevada quando comparado com o parâmetro anterior, da ordem de 20 centímetros por ano.
"Nas últimas 24 horas, houve redução da velocidade de deslocamento, de 50cm nos dias 29 e 30/11/23 para cerca de 15 centímetros por dia", diz o texto que usa como base as medições do último sábado, 2 de dezembro.
A expectativa dos especialistas é que, caso ocorra desmoronamento, ele ocorrerá de forma localizada e não generalizada. Também não foi observado uma alteração expressiva do nível da Lagoa de Mundaú. Por isso, os especialistas acreditam que há baixo risco de contaminação para a lagoa.
"Uma avaliação para a área demonstra que o sistema geológico está entrando em equilíbrio. Isso é corroborado pelo sistema DGPS de monitoramento e pela rede sismógrafica, mostrando claramente diminuição na intensidade e quantidade de microsismos, bem com os movimentos nas duas direções, vertical e horizontal. Contudo, ainda é necessário continuar o ostensivo monitoramento da área como um todo", diz trecho do relatório.
Entenda como está a área afetada
O relatório do Ministério de Minas e Energia também traz uma imagem acompanhada de uma explicação detalhada sobre como está a área afetada pelo iminente colapso da mina 18 da Braskem.
- A área verde é a área definida para a retirada de moradores em risco em função dos efeitos da atividade da mineração.
- Em branco estão representadas as cavidades, sendo indicada em vermelho é a Mina 18, onde está sendo registrada a movimentação.
- Delimitados em vermelho e amarelo estão polígonos, com 3 e 5 vezes o raio da cavidade, que simulam qual é a área que pode ser impactada na superfície, caso haja o colapso da mina individualmente, baseada em dados bibliográficos.
A área em verde era habitada por cerca de 50 mil pessoas em 14.500 moradias. A remoção deles tem sido feita desde 2020, e, ontem, as últimas 23 pessoas que ainda resistiam em deixar suas casas foram realocadas pela Defesa Civil de Alagoas após uma decisão judicial.