O Rio Grande do Sul voltou a sofrer com o fenômeno conhecido como chuva preta. A fuligem de queimadas da Floresta Amazônica presente na atmosfera com a fumaça impactou a precipitação do fenômeno climático. A nutricionista Dani Moreira registrou o momento e compartilhou com os seus seguidores em uma rede social.
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A moradora de São José do Norte, no interior do Estado, divulgou um vídeo em que alguns baldes aparecem com uma água escura. Segundo ela, o líquido foi recolhido durante chuva na região.
"Não gente, não é sujeira do telhado ou calha. Este local sempre usamos para coletar água da chuva e usar posteriormente até para lavar roupa de tão limpinha que é a água. Hoje presenciamos o fenômeno que vem sendo explicado na mídia, que poderia ocorrer devido a fuligem suspensa ser transportada para outras regiões e cair juntamente com a chuva”, declarou.
O que é chuva preta?
Soot ou fuligem é um material particulado constituído principalmente de carbono, que se forma como resultado da combustão incompleta de materiais orgânicos, como combustíveis fósseis (carvão, petróleo) e biomassa (madeira, resíduos agrícolas), de acordo com a MetSul.
"Quando esses materiais não queimam completamente, em vez de se transformarem inteiramente em dióxido de carbono (CO2) e vapor de água, eles produzem partículas finas de carbono negro e outros compostos. Essas partículas são extremamente pequenas, com diâmetros na escala de nanômetros a micrômetros, o que lhes permite permanecer suspensas no ar por longos períodos e viajar grandes distâncias", disse a empresa de meteorologia.
Conforme a MetSul, a fuligem e a chuva preta estão intimamente relacionadas. "A chuva preta é um fenômeno que ocorre quando a fuligem e outras partículas contaminantes presentes na atmosfera se misturam com a umidade e precipitam sob a forma de chuva."
Trata-se de chuva contaminada com poluentes, que ao cair no solo pode afetar corpos d'água, solos e vegetação. "A chuva preta tem impactos visíveis no ambiente urbano. Ela pode deixar uma camada de sujeira nas superfícies, como prédios, veículos e infraestrutura, o que pode levar à degradação dos materiais e aumentar os custos de manutenção", afirma a MetSul.
De acordo com o alerta da empresa de meteorologia, a relação entre fuligem e chuva preta é um indicador preocupante dos níveis de poluição atmosférica em muitas partes do mundo. (*Com informações de Estadão Conteúdo)