Mortes causadas por ciclones tropicais nos EUA podem ser 300 vezes maior que números oficias

Estudo publicado na revista 'Nature' avaliou os efeitos de 501 tempestades históricas nos Estados Unidos, com exceção do Alasca e do Havaí

2 out 2024 - 20h03
(atualizado às 22h52)
Resumo
Estudo revela que ciclones tropicais causam 300 vezes mais mortes do que números oficiais nos EUA.
Destruição provocada após a passagem do Furacão Helene na Carolina do Norte, nos EUA, nesta quarta-feira, 2
Destruição provocada após a passagem do Furacão Helene na Carolina do Norte, nos EUA, nesta quarta-feira, 2
Foto: Reuters

Os ciclones tropicais, também chamados de tempestades, furacões ou tufões, desencadeiam uma complexa cadeia de impactos na sociedade. Um estudo publicado pela revista Nature estimou que o número de mortes a longo prazo causadas por eles é cerca de 300 vezes maior do que os números oficiais.

A pesquisa acompanhou os efeitos de 501 tempestades históricas nos Estados Unidos, com exceção dos Estados do Alasca e do Havaí, e chegou à conclusão de que há uma grande mortalidade não documentada, que persiste por 15 anos após o evento, principalmente ao longo da costa atlântica.

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O número médio de mortes indiretas relatadas em anos posteriores ficaria entre 7.000 e 11.000, cerca de 300 vezes maior do que a média de 24 mortes diretas citadas pelos dados oficiais do governo dos EUA, estimou o estudo.

"Os 501 ciclones tropicais que afetaram a região entre 1930 e 2015 geraram um total de 3,6 a 5,7 milhões de mortes em excesso [...] Um ciclone tropical de intensidade média está associado a cerca de 7.170 –11.430 mortes. Este fardo é 300-480 vezes maior do que as estimativas do governo de 24 mortes por tempestade em média durante 1950-2015", afirma o texto.

"Estas descobertas sugerem que o clima [os impactos dos ciclones tropicais], anteriormente considerado sem importância para resultados mais amplos de saúde pública, é um fator significativo para a distribuição do risco de mortalidade, especialmente entre crianças (menores de 1 ano), pessoas de 1 a 44 anos e para a população negra", afirma o levantamento.

Fonte: Redação Terra
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