ONU confirma que 2024 foi o ano mais quente em 175 anos: ‘Sinais de socorro’

Em novo relatório divulgado, a Organização Meteorológica Mundial alerta que consequências podem ser irreversíveis por milhares de anos

19 mar 2025 - 16h32
Registro de Canoas, no início de maio de 2024, em meio às enchentes que provocaram uma crise socioambiental no Rio Grande do Sul. Eventos extremos como esse estão interligados às mudanças climáticas.
Registro de Canoas, no início de maio de 2024, em meio às enchentes que provocaram uma crise socioambiental no Rio Grande do Sul. Eventos extremos como esse estão interligados às mudanças climáticas.
Foto: Reprodução/REUTERS/Renan Mattos

As mudanças climáticas chegaram a novos patamares em 2024, que se tornou o ano mais quente já registrado com aumento médio de 1,55ºC em relação ao período pré-industrial. É o que confirma a Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas (ONU), no relatório ‘Estado do Clima Global’ divulgado nesta quarta-feira, 19. 

O alerta da elevação da temperatura global, que já tem sido repercutido pela comunidade científica, é grave. Segundo a agência, as consequências podem ser irreversíveis por milhares de anos.

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Além de 2024 ter sido o mais quente em 175 anos, quando tiveram início os registros, o ano também foi o com maior número de novos deslocamentos registrados nos últimos 16 anos por conta de eventos extremos – como ciclones tropicais, inundações e secas --, agravando crises alimentares e econômicas. Como foi o caso das enchentes no Rio Grande do Sul, no Brasil, que completam um ano no fim de abril. Um entre os muitos eventos extremos que marcaram o País nos últimos anos.

“O planeta está emitindo mais sinais de socorro”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres. Para ele, ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a longo prazo a 1,5ºC. Mas, para isso, é preciso que líderes se comprometam com energias renováveis baratas e limpas, criando novos planos climáticos nacionais.

Isso porque as temperaturas globais recordes estão principalmente associadas ao aumento contínuo de emissões de gases de efeito estufa, que concentram os níveis mais altos de dióxido de carbono na atmosfera dos últimos 800 mil anos.

A COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima que acontece no Brasil em novembro deste ano, será uma oportunidade para que líderes globais firmem novos acordos para o enfrentamento efetivo à crise climática.

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De acordo com o relatório, outro fator que contribui para o calor extremo pautado é o impacto de fenômenos climáticos como o El Niño e a La Niña, que aquecem e resfriam as águas do Pacífico, respectivamente. 

Mas independente do fenômeno em ação, os oceanos continuaram se tornando mais quentes em 2024. As partes congeladas da superfície da Terra também estão derretendo a "uma taxa alarmante” e as geleiras continuam recuando. De acordo com a OMM, cada um dos últimos 10 anos foram os mais quentes já registrados, e em cada um dos últimos 8 anos foi estabelecido um novo recorde com relação ao calor do oceano.

Fonte: Redação Terra
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