Peixe gigante ameaçado de extinção é encontrado morto em fazenda de camarão no RN

A aparição inédita de um mero de aproximadamente 200 kg surpreendeu os funcionários do local

5 mar 2024 - 17h02
(atualizado às 20h13)
Resumo
Um mero gigante, de aproximadamente 200 kg, foi encontrado morto em um canal de abastecimento de uma fazenda para produção de camarão no Estado do Rio Grande do Norte. O caso aconteceu na região de Pendências, e a espécie está listada como cricamente em perigo de extinção.
Mero de aproximadamente 200 kg é encontrado morto no RN
Mero de aproximadamente 200 kg é encontrado morto no RN
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um peixe 'gigante', de aproximadamente 200 kg, foi encontrado morto em um canal de abastecimento de uma fazenda de produção de camarão no Rio Grande do Norte nesta terça-feira, 5. Funcionários do local foram surpreendidos com a aparição do mero, que costuma habitar regiões de águas profundas. 

O caso aconteceu na região de Pendências, no oeste potiguar. Logo pela manhã, o mero foi achado encalhado às margens do canal, que leva água da maré para a produção de camarão. Funcionários não souberam explicar como o gigante acabou no canal. 

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O engenheiro de pesca da fazenda, Ítalo Mendes, disse acreditar na hipótese de que o mero tenha parado na região ainda filhote. "Como o canal tem 20 anos, não temos como dizer quanto tempo ele passou aqui", relatou. 

A causa da morte do mero também não foi esclarecida, mas é provável que tenha sido provocada pela falta de oxigênio, ressaltou o engenheiro. A aparição, inclusive, é inédita. "Existem outros peixes no canal, mas a gente nunca tinha visto um desse tamanho. Nunca tinha acontecido isso aqui". 

Devido ao tamanho, os funcionários tiveram de usar maquinário para retirar o peixe da margem do canal. Já em estado de decomposição, o mero foi enterrado, informou Ítalo. 

'Senhor das pedras'

O apelido de 'senhor das pedras' se deve à origem do nome científico do peixe, Epinephelus itajara, batizado por um pesquisador alemão que esteve no Brasil no século 19. O nome tem origem no tupi, ita (pedra) e jara (senhor), o 'senhor das pedras', devido ao alto lugar que ocupa na cadeia alimentar e por seus hábitos de habitar e se esconder em cavernas formadas por rochedos no oceano. 

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O mero habita e é comum nas regiões costeiras e manguezais ao longo do litoral brasileiro. A espécie pode chegar a 400 kg e vive, em média, 40 anos. Com poucos predadores, os 'gigantes' são suscetíveis à exploração marítima, principalmente em áreas da costa, e à pesca excessiva.

Desde 2002, a captura dos meros, assim como transporte, comercialização, o beneficiamento e a industrialização são proibídos, segundo a Portaria do Ibama Nº 121. Em 2020, a mais recente avaliação de ameaça de extinção apontou que a espécie está criticamente em perigo.

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Fonte: Redação Terra
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