A Organização Meteorológica Mundial (OMM) apontou que a temperatura média global anual deverá aumentar 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais nos próximos cinco anos. A probabilidade de ultrapassarmos o limite estabelecido pelo Acordo de Paris é de 80%, conforme o relatório Atualização Anual para Décadas.
De acordo com o levantamento, entre 2024 e 2028, o planeta deve ficar entre entre 1,1ºC e 1,9ºC mais quente do que a média de 1850 a 1900. Desde 2015, a chance de exceder o limite de 1,5ºC passou de zero para 80% nos próximos cinco anos, o que mostra um aquecimento global desenfreado. Entre 2017 e 2021, a chance era 20%, enquanto no período de 2023 a 2027 a probabilidade chegava a 66%.
O relatório foi divulgado junto a um apelo do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, por uma ação climática mais ambiciosa. Durante a divulgação dos dados, Guterres alertou: “Não estamos apenas em perigo. Somos o perigo".
Os dados e alertas surgem em meio aos impactos climáticos já avistados em diversas regiões do planeta com ondas de calor, chuva e secas extremas, além de perdas de gelo polar e aceleração do aumento do nível do mar. O Rio Grande do Sul, por exemplo, sofreu com fortes chuvas que desabrigaram mais de 500 mil pessoas, enquanto a Índia enfrentou um calor de 50ºC que ocasionou a morte de pelo menos 50 pessoas.
O Serviço de Monitoramento das Alterações Climáticas do programa Copernicus (C3S) mostrou que o mês de maio foi o 12º mês consecutivo com temperatura média global recorde, com 1,52ºC. "Embora essa sequência de meses recordes vá em algum momento ser interrompida, a influência das alterações climáticas se mantém e não há sinais de uma alteração nessa tendência", afirma o diretor do C3S Carlo Buontempo.