SP tem maior número de queimadas desde 1998, com 3,1 mil focos em agosto

Estado viu ocorrências saltarem nesta sexta-feira, o que motivou decreto de emergência em 30 cidades. Governo paulista diz adotar medidas de combate e vê incêndios com tendência de controle

24 ago 2024 - 17h19
(atualizado às 19h27)
Tarcísio de Freitas sobrevoa áreas afetadas por incêndios em SP; imagens mostram destruição
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O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado de São Paulo é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os 23 dias de agosto somam 3.175 ocorrências, o que é quase o dobro do que foi registrado ao longo dos 12 meses do ano passado no Estado (1.666).

Foto: REUTERS/Joel Silva

A quantidade de incêndios saltou nas cidades paulista nesta sexta-feira, quando houve o registro de 1.886 focos. O dado deste sábado, 24, ainda não foi divulgado até esta tarde. O número vinha em crescimento ao longo da semana, que foi marcada por uma onda de calor e baixa umidade sobre o território paulista. O alastramento de incêndios foi objeto de alerta por parte da Defesa Civil do Estado.

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Um número tão elevado de focos não era visto em São Paulo desde agosto de 2021, quando houve 2.277 casos. Antes da marca de 2024, a quantidade mais expressiva em agosto tinha sido vista em 2010, com 2.444 focos.

Até agora em 2024, o registro de focos alcançou o número de 4.973 casos, o que também é a maior soma do período desde o início da série histórica. A média para agosto costuma ser a mais alta do ano. O cenário fez o governo estadual decretar emergência em mais de 30 cidades afetadas. Até a tarde deste sábado, focos continuavam ativos em ao menos 17 municípios, e um total de 36 se mantinham em alerta máximo.

Os incêndios florestais que atingem o interior de São Paulo provocaram duas mortes e a suspensão total ou parcial de rodovias que cortam o Estado. Dois homens, funcionários de uma usina em Urupês, região metropolitana de São José do Rio Preto, morreram enquanto atuavam no combate às chamas do incêndio, informou o governo.

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De acordo com a Secretária de Segurança Pública de São Paulo, as vítimas tentavam apagar um incêndio em uma usina perto do parque ecológico da cidade quando perderam o controle do caminhão que conduziam, na Estrada Municipal Urupês-Irapuã. O sinistro provocou o vazamento de combustível que resultou no incêndio do veículo. Os dois funcionários tinham 30 e 47 anos, e eram das cidades de Irapuã e José Bonifácio, respectivamente.

Ao todo, as ocorrências de queimadas levaram a efeitos sobre o fluxo de três rodovias. Às 9h30, a Rodovia Luiz Augusto de Oliveira (SP-215) estava com interdições parciais: entre o km 195 e o km 209, no município de Dourado, região de São Carlos. Há desvio por via municipal, no km 195.

As outras duas rodovias afetadas são: em Sertãozinho: Rodovia Carlos Tonani, km 089 ao 090 - Pista Leste e Oeste / EcoNoroeste. A pista está interditada no km 86, sentido oeste, com o trânsito sendo desviado para a marginal. Na pista leste, no km 098 foi implementado um ponto de retorno para que os usuários possam seguir em segurança; Em Olímpia: Rodovia Armando Salles de Oliveira, no km 529, interdição total.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobrevoou as regiões afetadas na manhã deste sábado, informou a assessoria. "A situação hoje está ficando sob controle. A maioria dos focos já está sendo extinta", informou em comunicado à imprensa.

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Segundo ele, além dos bombeiros, o governo conta com o auxílio das Forças Armadas, Marinha, Exército e da União das Indústrias da Cana-de-Açúcar. "Muito cuidado agora com aquelas regiões onde o incêndio pode alcançar casas, indústrias, para preservar a integridade física das pessoas."

"Não é demais lembrar que a gente precisa ter o máximo de cautela. O esforço tem que ser conjunto para evitar a propagação. Nós temos uma combinação de fatores como altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar, ventos fortes. Tudo que é propício para ter ignição e o espalhamento desses fogos", alertou.

O governo paulista informou que mais de 7,3 mil entre profissionais e voluntários estão mobilizados no combate às chamas e na orientação da população. "O gabinete de pronta resposta, instalado ontem (23), permanece ativo no âmbito da Operação SP Sem Fogo, que integra especialistas da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento, e Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil)", disse em comunicado. /COLABOROU LEON FERRARI

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