Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, é uma das ativistas climáticas mais conhecidas no Brasil. A pauta sobre a preservação ambiental está na agenda dela há anos. Agora, com a tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, espera que o luto funcione como “uma pedagogia altamente dolorosa” para o País e pretende entregar um plano de preservação de acidentes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias.
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Em entrevista ao jornal O Globo, Marina Silva avaliou o desastre do Sul do Brasil e falou sobre a necessidade de mudanças. A ministra sugeriu até a criação de uma espécie de ‘UTI climática’ e avaliou os sinais enviados para a população brasileira.
“É um sinal de reconhecer e aceitar esse fato, porque a pior coisa que tem é não ter consciência do risco. A outra é ter uma sociedade mobilizada para exigir de governos e empresas fazerem o dever de casa”, explicou.
“Agora, a natureza nos colocou num lugar de realistas. Só os negacionistas não vão atentar para o que está acontecendo. Temos que criar uma UTI climática”, completou.
Marina ainda deu detalhes do plano que pretende apresentar ao governo Lula: “É uma tentativa de fazer um deslocamento da necessária abordagem de gestão do desastre para a gestão do risco. Nós não temos um similar [no mundo]. A chuva vai acontecer do mesmo jeito, a seca vai acontecer do mesmo jeito, porque não se fez o trabalho preventivo a partir da Rio-92. Não só o Brasil, mas o mundo inteiro. O plano tem a característica de preparação e adaptação. Não é um plano de curto prazo. É um plano de médio e longo prazos. É um plano que já está em andamento, mas passa a ter uma estrutura.”
De acordo com o último balanço divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, na manhã deste domingo, 12, o número de mortos pela chuva chegou a 143, e ainda 125 pessoas estão desaparecidas. Mais de 2 milhões foram afetados pelo temporal.