O prefeito de Bento Gonçalves (RS), Diogo Segabinazzi Siqueira, criticou a falta de um helicóptero capaz de atuar no resgate de moradores em áreas de risco no município. Em meio ao forte temporal que atinge o Sul do País, o município gaúcho teve diversas regiões isoladas após o rompimento parcial da Barragem 14 de Julho, na última quinta-feira, 2.
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Em entrevista à RBS TV, afiliada da Rede Globo, na manhã desta sexta-feira, 3, o prefeito afirmou que a cidade registrou centenas de desmoronamentos e que aproximadamente 400 pessoas permaneciam isoladas até o momento. Segabinazzi, então, reclamou da demora para a chegada da aeronave.
"Infelizmente, os helicópteros do Exército Brasileiro não conseguem voar em qualquer tempo, então decidimos uma coisa muito importante: a gente não vai esperar por helicóptero, a gente vai fazer do nosso jeito, do jeito Rio Grande do Sul, vamos pegar, com nossos braços, o nosso pessoal", disse o prefeito.
Segabinazzi afirmou que equipes, compostas por bombeiros, policiais militares, integrantes da Defesa Civil e cidadãos voluntários, têm acessado as regiões mais isoladas do município por meio de trilhas em áreas de mata. O prefeito também ressaltou o risco à vida dos voluntários.
"[Estamos] passando por locais perigosos, estamos colocando nosso pessoal em risco, mas a gente não pode esperar. Não posso esperar dois dias para que abra sol para conseguir levantar um helicóptero, não posso ter esse luxo para com as pessoas", afirmou.
O chefe do Executivo municipal disse, ainda, ser necessário um 'helicóptero de guerra' para auxiliar nos trabalhos de resgate. "Que tenha visão noturna, motor potente, que consiga sobrevoar, baixar e subir com segurança".
Rompimento de barragem
Na tarde da quinta-feira, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou o rompimento parcial da Barragem 14 de Julho, situada no Rio Taquari, entre os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves. O caso provocou a dispersão de uma onda de 2 metros de altura, que chegou a atingir a comunidade de Linha Alcântara.
Em um vídeo nas redes sociais, Segabinazzi confirmou o monitoramento do processo de rompimento da barragem e afirmou que a população foi avisada com antecedência e levada a um local de segurança, em uma área mais elevada do município.
Moradores das regiões às margens do Rio Taquari foram orientados expressamente a deixarem suas casas e procurarem abrigos públicos ou locais de segurança alternativos. A Defesa Civil também deveria ser acionada na busca por informações.
Temporal no RS
No fim da tarde desta sexta-feira, a Defesa Civil do RS divulgou novo boletim sobre as vítimas das enchentes que afetam o Estado.
De acordo com o órgão, foram contabilizadas 39 mortes e 68 pessoas desaparecidas. Ao todo, 265 cidades foram afetadas pela pior catástrofe climática do Estado.
Os municípios seguem em alerta em razão de mais danos, assim como necessidade de orientação para que a população deixe áreas consideradas de risco.
Em Porto Alegre, a elevação do nível do Rio Guaíba fez com que as ruas do centro, além da rodoviária, fossem alagadas. A previsão dos meteorologistas é de que a inundação na capital gaúcha seja pior do que o recorde histórico de 1941.
Moradores devem sair de áreas de risco
O governo do Rio Grande do Sul reforçou alerta feito pela Defesa Civil na quinta-feira, para a condição do Rio Caí que está ultrapassando a cota de inundação e afeta municípios da região. A orientação é que moradores das regiões de Gramado e Canela, cidades conhecidas pelo turismo, saíam de áreas de risco.
"É orientação expressa que os moradores de áreas próximas ao rio nos municípios de São Francisco de Paula, Canela, Gramado, Nova Petrópolis, Vale Real e Feliz deixem áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outro local de segurança para permanecer durante a elevação de nível do Rio Caí", disse o governo.