A Prefeitura de Porto Alegre (RS) informou que o nível do Rio Gauíba ultrapassou a cota de inundação e chegou a 3,14 metros de altura na tarde desta quinta-feira, 2. A água invadiu o Cais Mauá, no centro histórico da capital gaúcha, onde o limite de inundação é de 3 metros.
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De acordo com a administração municipal, o Guaíba pode chegar, ainda, aos 4 metros de altura. A prefeitura fechou as comportas do sistema de proteção contra enchentes, mas alertou que há riscos de inundação no centro histórico e nos bairros do 4º Distrito, como Humaitá, Navegantes, São Geraldo e Floresta.
A Defesa Civil do Estado emitiu orientação expressa para que os moradores de áreas de risco próximas ao Guaíba, em Porto Alegre, Guaíba e Eldorado do Sul, deixem suas casas e procurem abrigos públicos ou locais de segurança alternativos durante a elevação do nível do rio.
O Gauíba recebe as águas de diversos rios gaúchos, como o Jacuí, Gravataí e Sinos. O corpo hídrico, então, deságua na Lagoa dos Patos, que desemboca no Oceano Atlântico. O rompimento da barragem 14 de Julho, que aflui no Rio Taquari, também é monitorado pela Defesa Civil.
Temporal no Rio Grande do Sul
Ao menos 134 municípios foram afetados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a segunda-feira, 29, segundo a Defesa Civil do Estado. Nesta quinta-feira, 2, subiu para 13 o número de mortes, ao menos 21 pessoas estão desaparecidas e mais de 5 mil moradores estão desalojados.
Até o momento, mais de 44 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas. Além dos desalojados, 3.079 estão em abrigos fornecidos pelas prefeituras.
Em entrevista coletiva na quarta-feira, 1º, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a destruição causada pelas chuvas deve resultar no "maior desastre da história" gaúcha em termos de prejuízo material.
"Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates", afirmou o político. "Será o maior desastre que o nosso Estado já tenha enfrentado. Infelizmente maior do que o que nós assistimos no ano passado", acrescentou ele.
Nas redes sociais, o governador ainda comparou a situação das chuvas a um cenário de guerra. "Precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos", escreveu.