Veja o antes e depois de cidade na Líbia que foi destruída por enchente

Catástrofe deixou mais de 5 mil mortos após passagem da tempestade Daniel

14 set 2023 - 08h31
(atualizado às 11h42)
Área da cidade de Derna, na Líbia, foi inundada após tempestade
Área da cidade de Derna, na Líbia, foi inundada após tempestade
Foto: Reuters

Moradores da cidade de Derna, na Líbia, enfrentam os problemas causados pelo furacão Daniel e a ruptura das barreiras da cidade. O caos teve início no domingo, 10, e desde então o número de mortes já passa dos 5 mil, além de centenas de desaparecidos e desalojados.

Nesta quarta-feira, 13, após a tempestade devastadora atingir o leste do país, o estrago causado pela queda de duas barragens permanecia. Veículos, casas e até pontes foram arrastados em direção ao mar.

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Na Líbia, a tempestade Daniel afetou as cidades de Benghazi, Sousse, Al Bayda, Al-Marj, em especial, Derna. Com 125 mil habitantes, Derna fica na costa da Líbia e é cortada ao meio por um rio, onde duas barragens foram rompidas. 

Antes de ir para o país, Daniel passou pela Bulgária, Turquia e Grécia, onde matou 15 pessoas, de acordo com a Reuters. 

Imagens de satélite mostram uma área da cidade de Derna, na Líbia, antes e depois de uma forte tempestade inundá-la - Planet Labs PBC - 2.set.23 e 12.set.23/via Reuters

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As autoridades ainda contabilizam os números da tragédia. Porém, de acordo com informação do jornal local LANA, pelo menos 5,3 mil pessoas foram consideradas mortas. Na cidade de Derna, cerca de 6 mil continuam desaparecidas, segundo o ministro da Saúde da administração da Líbia.

Imagens de satélite da cidade de Derna, na Líbia, antes e depois de ruptura de barragem em decorrência de fortes chuvas - Planet Labs PBC - 2.set.23 e 12.set.23/via Reuters

O número de mortes deve aumentar, segundo Tamer Ramadan, enviado da Líbia para a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. 

De acordo com a CNN, os hospitais da cidade de Derna não funcionam mais e os necrotérios estão lotados. “Cadáveres foram deixados nas calçadas do lado de fora dos necrotérios”, disse Osama Aly, porta-voz do serviço de emergência e ambulância. 

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Segundo a Reuters, Ahmed Mismari, porta-voz do Exército Nacional da Líbia (LNA), que controla o leste da Líbia, disse que o desastre ocorreu depois do colapso das barragens acima de Derna, "varrendo bairros inteiros com os seus residentes para o mar".

Imagens de satélite mostra a cidade de Al-Marj, no leste da Líbia, antes e depois de ser atingida por tempestade - Planet Labs PBC - 6.ago.23 e 11.set.23/via Reuters

A tempestade avançou na terça-feira, 12, para o Egito, mas segundo meteorologistas, teria perdido a força. 

Riscos foram sinalizados

Segundo informações da agência de notícias Reuters, ainda não está claro se a infraestrutura em ruínas ou as decisões das autoridades contribuíram para a catástrofe e para a enorme perda de vidas, estimada em milhares de pessoas. Mas os riscos que a cidade enfrenta foram sinalizados muito antes do desastre acontecer.

Um acadêmico publicou um artigo em 2022, em que afirmou que as repetidas enchentes ameaçavam as barragens construídas em um wadi -- um leito de rio geralmente seco -- acima da cidade. Ele defendeu uma manutenção imediata.

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"Se ocorrer uma grande inundação, o resultado será catastrófico para a população do wadi e da cidade", escreveu o hidrólogo Abdelwanees AR Ashoor, da Universidade Omar Al-Mukhtar, na Líbia.

* Acompanhe mais notícias sobre o meio ambiente no Terra Planeta.

Fonte: Redação Terra
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