Após semanas de intensa atividade vulcânica, o vulcão da península de Reykjanes, na Islândia, entrou em erupção nesta segunda-feira, 18. Devido à instabilidade da região desde novembro, autoridades locais evacuaram os quase 4 mil moradores da cidade de Grindavik, na região Sudoeste do país nórdico.
O alerta foi emitido pelos oficiais de meteorologia às 18h17, no horário de Brasília, 22h17 no horário local. A erupção, segundo anunciado pelo governo, aconteceu ao norte da cidade. Imagens divulgadas pela imprensa local RUV mostram a explosão de lava do sistema vulcânico conhecido como Fagradalsfjall.
A polícia islandesa também emitiu um alerta para os riscos da erupção, enquanto o órgão de Defesa Civil orientou para que a população não se aproxime da região enquanto equipes de emergência avaliam a situação.
Helicópteros oficiais fazem varreduras pela região para determinar o local exato e o tamanho da erupção, informou a agência de notícia Reuters. O fenômeno não afetou o funcionamento do aeroporto da capital Reykjavik, que fica a 54 km de Grindavik.
Nos últimos anos, a península de Reykjanes registrou o aumento da atividade vulcânica e erupções na região. Acontece que a atual apresentava riscos aos municípios da região. Em Grindavik, por exemplo, moradores flagraram rachaduras nas edificações devido aos tremores terrestres.
Em março de 2021, o sistema vulcânico Fagradalsfjall provocou fendas, que alcançaram entre 500 a 750 metros de comprimento.
Ansiedade pela incerteza
Em novembro, o Terra ouviu uma das moradoras de Grindavik, a brasileira Jéssica Costa, que à época passou a 'torcer' para que o vulcão Fagradalsfjall entrasse em erupção. Para ela, o cenário era apocalíptico em meio à incerteza de quando ou se sequer poderia voltar para casa após a evacuação.
"Era muita gente na rua. Era o posto de gasolina cheio. Eram as pessoas indo embora. Foi muito desesperador", relembrou a chef de cozinha. Ela e a família perceberam que havia algo errado antes mesmo do anúncio do governo de que seria necessário evacuar a cidade.
"A casa fazia um tremor, um balanço. E continuava. Era como se você estivesse em uma cachoeira rasa. Essa é a sensação. Como se eu estivesse em uma cachoeira rasa, sentindo a água forte passar por ali", explicou.
Os abalos sísmicos são comuns na Islândia, e Jéssica já estava acostumada com eles. Mas quando os tremores se tornaram ininterruptos, ela e o marido se assustaram e decidiram deixar o local. Até então, eles achavam que iriam apenas passar uma noite fora.
Quando retornar, Jéssica não sabe se vai encontrar tudo no lugar. Registros da cidade de Grindavik mostram fendas enormes que se abriram no chão. "Metade da cidade de Grindavik se partiu em duas partes, e tem uma parte da cidade que está afundando. A gente já sabe que tem lugares que estão destruídos, casas destruídas. A gente já sabe que algumas pessoas não vão conseguir voltar", disse.