Uma rara espécie de onça foi fotografada dentro da Reserva Ambiental Porto Cajueiro, em Minas Gerais. O animal de pelagem negra, devido ao melanismo, é uma onça-melânica, também conhecida como “pantera negra”.
A descoberta foi divulgada pela Usina Coruripe, responsável pela reserva, na última terça-feira, 14. O resultado é fruto do trabalho de monitoramento da biodiversidade da reserva, feito por meio do Projeto Mamíferos.
O registro foi feito no fim do mês de outubro, no limite sudoeste da RPPN, próximo à borda da chapada, distante das comunidades que margeiam o rio Carinhanha. Caso é considerado um importante passo para a preservação do animal, que representa cerca de 10% da população de onças-pintadas. Pois, indica uma provável conexão com a população de onças-pintadas do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, localizado a cerca de 30 km da RPPN.
“Essa potencial conexão é muito importante, pois possibilita o movimento de animais através da região, o que é essencial para a manutenção da população de onça-pintada, já que a espécie precisa de grandes áreas naturais para sobreviver”, destaca Marcell Soares Pinheiro, biólogo e coordenador de campo do Instituto Biotrópicos.
Ameaçada de extinção, a pantera negra é da mesma espécie da onça-pintada (Panthera onca). Apesar da coloração escura, o animal também tem as rosetas, pintas características da espécie.
Marcell afirma que a descoberta da presença da onça não traz riscos para a população.
Outras espécies
Segundo a Usina, esta não é a primeira vez que animais são vistos dentro da reserva. Em setembro, nas câmeras que monitoram animais de médio e grande portes na unidade de conservação, foram identificadas outras espécies de mamíferos importantes do cerrado: lobo-guará, anta, jaguatirica, gato-do-mato pequeno, irara, paca e tatu-do-rabo-mole. Houve também, em parceria com o Instituto Biotrópicos, a coleta de informações para inventariar espécies da anurofauna em áreas do rio Carinhanha, a fim de apontar medidas efetivas de conservação da fauna de anfíbios.