O estudo revela que os Alpes europeus derreteram 10% de seu volume de gelo e que a temperatura na Europa cresceu, resultando em um maior número de mortes em razão do calor excessivo.
Em um ano já marcado por ondas de calor e fenômenos climáticos, um relatório divulgado pelo Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) revela dados alarmantes. Só no ano passado, os alpes europeus diminuíram o volume de gelo nas montanhas em 10%. Dados sobre o clima no continente ainda mostram que as mortes em razão do calor excessivo subiram em 30% ao longo de duas décadas.
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O estudo divulgado nesta segunda-feira, 22, leva em consideração as preocupantes mudanças climáticas na Europa a fim de alertar sobre os impactos causados por elas. Na lista de 'sinais vermelhos', estão o absurdo aumento da temperatura durante todo o ano de 2023 na Europa, o derretimento de geleiras nos Alpes e o superaquecimento que fez o Ártico registrar o sexto ano mais quente da história.
Europa esquentou
O aumento do número de mortes por calor no continente europeu é consequência direta do impacto do superaquecimento climático na região. Segundo o relatório, 2023 ocupa facilmente um 'Top 3' de anos mais quentes já registrados na Europa.
Para os europeus, o pior mês foi setembro, período que marca o fim do verão e o início do outono por lá. No entanto, o calor não foi registrado apenas neste mês. Outros 11 dos 12 meses do ano passado marcaram acima da média em relação à temperatura.
Esse calor não impactou apenas em terra, mas também em alto mar. No ano passado, a temperatura média da superfície do mar para o oceano na Europa atingiu seu maior pico na história. A prova disso foi a preocupante e extrema onda de calor marinha que afetou o Oceano Atlântico a oeste da Irlanda e ao redor do Reino Unido em junho de 2023.
Com o continente "fervendo", os moradores têm sofrido. No ano passado, foi registrado um recorde de dias com "estresse por calor extremo". O relatório ainda mostra que, nos últimos 20 anos, as mortes relacionadas ao calor aumentaram 30% na Europa. A mudança foi observada em 94% das áreas monitoradas pelo Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus e pela Organização Meteorológica Mundial.
Derretimento dos Alpes e do Ártico
Conhecida por ter inúmeros destinos com neve, a Europa "nevou" muito menos que a média no ano passado. Parte da Europa Central e dos Alpes registraram menos dias de neve durante o inverno e a primavera. A região abrange paises como Suiça, Alemanha e Áustria.
Os Alpes registraram uma preocupante perda de gelo nas geleiras em 2023. Junto ao acúmulo de neve no inverno abaixo da média e ao forte derretimento no verão devido às ondas de calor, os fatores resultaram na perda de 10% do volume das geleiras na região. A situação foi observada entre 2022 e 2023.
Seguindo o mesmo impacto dos Alpes, o Ártico também registrou derretimento de gelo. Isso porque 2023 foi o sexto ano mais quente já observado na região, seguindo uma escalada alarmante: dos cinco anos mais quentes registrados para as terras do Ártico, todos ocorreram a partir de 2016.
Por conta do calor, a extensão do gelo do mar Ártico registrou um índice abaixo da média durante a maior parte do ano passado. O ápice aconteceu em setembro, mês que também foi registrado como o mais quente da Europa em 2023. Na ocasião, a extensão se apresentou 18% abaixo da média.