O Regalecus glesne, conhecido como peixe do juízo final, é um peixe ósseo que habita águas profundas e é associado a desastres naturais por lendas, mas estudos científicos negam essa relação.
O chamado peixe do juízo final, que tem como nome científico Regalecus glesne, desperta curiosidade sempre que é encontrado na superfície, já que possui a fama de funcionar como um “mensageiro” de desastres naturais.
O animal também possui características únicas que chamam a atenção de observadores, especialmente porque a espécie tem as águas profundas como habitat. Dessa maneira, existem poucos registros e estudos relacionados ao peixe do juízo final.
Qual é o peixe do juízo final?
O peixe do juízo final é o Regalecus glesne, espécie considerada o maior peixe ósseo do planeta, já que possui esqueleto ósseo, ao contrário daqueles compostos por cartilagem, como os tubarões. O peixe-remo pode superar os 10 metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos.
O nome peixe-remo tem origem na característica de nado da espécie, que fica na posição vertical ao nadar.
Essa posição, aliada à cor prateada do peixe, faz com que o animal se disfarce em meio aos reflexos da luz presentes na água e fique camuflado para evitar predadores.
O habitat em que vive o Regalecus glesne tem influência em sua capacidade de sobreviver. Como possui poucos músculos, o peixe é vulnerável às correntezas marinhas de águas mais rasas.
Além disso, o efeito da despressurização na variação de profundidade do mar faz com que dificilmente o peixe do juízo final chegue à superfície com vida.
Onde vive o peixe do juízo final?
O Regalecus glesne é encontrado em todos os mares do planeta, com exceção dos polos, e habita águas da zona mesopelágica, com aproximadamente 1.000 metros de profundidade, nas chamadas zonas abissais. Nessas regiões do oceano, não há correnteza e a pressão é enorme.
Quando um peixe-remo está doente, desorientado por mudanças em correntes marinhas ou na temperatura da água ou próximo de morrer, ele tende a se afastar da zona abissal, em direção à superfície.
Nesse processo, as correntezas mais constantes e a despressurização contribuem para que o peixe do juízo final seja avistado sem vida ao emergir do fundo do oceano.
Como surgiu a história do peixe do juízo final?
Existem lendas que relacionam o peixe-remo ao fim do mundo e ao surgimento de fenômenos como maremotos e terremotos. Com isso, visualizar um peixe do juízo final teria como significado o presságio de algum desastre natural na região em que o animal é avistado.
A fama ganhou força após o terremoto de intensidade 9,1 na escala Richter, que causou também um tsunami com ondas de mais de 40 metros, afetando a usina nuclear da cidade de Fukushima, em 2011. Um ano antes da tragédia que deixou mais de 20 mil mortos, vários peixes Regalecus glesne foram vistos nas praias da área de Tohoku, no Japão.
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Qual é a veracidade do peixe do juízo final?
Apesar da crença popular, alimentada pela raridade do aparecimento do peixe do juízo final e pela falta de estudos científicos sobre a espécie, não há relação entre aparições do peixe-remo e o surgimento de fenômenos naturais.
Um estudo de 2019 comprovou que não há relação entre desastres naturais e a visualização de peixes da espécie Regalecus glesne em uma região, após análise da linha do tempo e dos encontros com o animal.
Com isso, acredita-se que o surgimento do peixe-remo na superfície tem mais relação com alterações nas correntes marinhas ou na temperatura do mar. Quanto mais intensas são essas mudanças, mais frequentes poderão ser os encontros com o peixe do juízo final.
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