Cientistas identificaram um aumento significativo na acidez e temperatura das águas na superfície do Oceano Atlântico, próximo às Ilhas de Bermudas. Os resultados, divulgados em 8 de dezembro, indicam ainda redução nos níveis de oxigênio. O levantamento começou a ser feit em 1988.
O estudo realizado pela estação de monitoramento composta por cientistas da Bermuda Atlantic Time-series Study (BATS), apontou um aumento de temperatura de 0,24°C a cada década, desde os anos 1980, na superfície do Oceano Atlântico Norte Subtropical. Essa diferença significa que o oceano está 1°C mais quente do que esteve há 40 anos.
Além disso, os pesquisadores identificaram um aumento na salinidade, enquanto que as águas registraram redução de 6% nos níveis de oxigênio disponível para os organismos vivos. As águas do oceano estão 30% mais ácidas.
"A química das águas superficiais dos oceanos na década de 2020 está fora da faixa sazonal observada na década de 1980, e o ecossistema oceânico vive agora em um ambiente químico diferente daquele observado há algumas décadas", diz em comunicado Nicholas Bates, pesquisador do Instituto de Ciências Oceânicas das Bermudas.
As estações de monitoramento que forneceram dados para essa pesquisa representam apenas duas das numerosas estações distribuídas pelos oceanos em todo o mundo. Postos localizados ao largo do Havaí, das Ilhas Canárias, da Islândia e da Nova Zelândia também desempenham um papel crucial no monitoramento das mudanças de longo prazo.
Os pesquisadores também ressaltam a importância da coleta de dados ao longo de períodos extensos para antecipar mudanças com base nas alterações ocorridas em períodos anteriores.
"Elas também comprovam as mudanças ambientais regionais e globais e os desafios existenciais que enfrentaremos como indivíduos e sociedades em um futuro próximo", conclui Bates.