Polícia indicia funcionários da Cobasi por mortes de animais em lojas submersas em enchentes no RS

Ibama identificou dezenas de restos de animais, muitos presos em gaiolas, após unidades da rede de petshop em Porto Alegre inundarem

12 jun 2024 - 14h04
(atualizado às 15h20)
Resumo
Sete funcionários da rede de petshop Cobasi foram indiciados pelo Ibama por morte de animais em duas lojas de Porto Alegre, RS, atingidas por enchentes. Em uma delas 38 carcaças foram encontradas.

Sete funcionários da rede de petshop Cobasi foram indiciados pela polícia do Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira 12, pela morte de animais deixados dentro de duas lojas que ficaram submersas em Porto Alegre durante as fortes chuvas que castigaram a capital gaúcha no mês passado. O indiciamento ocorre dentro da Lei de Crimes Ambientais, pelos maus-tratos e experiências de dor e sofrimento a animais.

As duas unidades do Sul e a matriz da rede, em São Paulo, também foram indiciadas, por meio dos CNPJs, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. Em uma das lojas, localizada no subsolo do shopping Praia de Belas, região central de Porto Alegre, foram recolhidas 38 carcaças. 

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O Terra apurou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou três vistorias no local. Somente na terceira, realizada em 23 de maio, quando a água já estava baixa, foi possível acessar o subsolo da loja, onde os animais foram encontrados. Muitos deles ainda estavam presos em gaiolas, incluindo pássaros, roedores e peixes, em grau avançado de decomposição.

Segundo o órgão, as mortes tiveram como causa o afogamento em águas contaminadas vindas de transbordamentos dos esgotos da cidade. Ainda de acordo com o Ibama, equipamentos eletrônicos foram retirados de dentro da loja e levados para o mezanino. 

Loja foi submersa, de acordo com a Cobasi
Loja foi submersa, de acordo com a Cobasi
Foto: Reprodução/Cobasi

Na outra unidade da Cobasi, no bairro São Geraldo, ao menos uma ave e peixes foram encontrados mortos, segundo o jornal paulista. Gerentes das lojas gaúchas afirmaram em depoimento que deixaram comida e água aos animais, mas que a polícia não considerou a medida suficiente. 

A defesa da rede disse que "a equipe da loja localizada no shopping Praia de Belas, assim como toda a população eautoridades do RS, foi surpreendida por um evento da natureza de proporções imponderáveis, estado de coisas que, por si só, já tornaria incogitável que a causa da morte dos animais da loja possa ser distorcida para uma acusação de crime que demandaria, inclusive, requintes de crueldade em sua configuração."

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Em nota publicada pela Folha, a Cobasi informou que não havia indicação da proporção do desastre que atingiu o Rio Grande do Sul e que "os colaboradores tomaram todas as providências para garantir que as aves, pequenos roedores e peixes estivessem em altura segura", usando estruturas acima de 1 m de altura. A água, no entanto, chegou a 3,5 m, chegando ao teto da loja.

Operação da Polícia Civil e Ibama realizou vistoria em pet shop
Foto: Divulgação/Polícia Civil

Por fim, a empresa afirma que a gerência do shopping, onde fica umas das lojas afetadas, pediu para que lojistas não acessassem o local. Segundo a nota, uma das gerentes do estabeleimento teria ido ao local, mas foi impedida por seguranças de acessar o shopping.

Em relação aos computadores, a nota publicada pelo jornal diz que apenas quatro CPUs foram removidas, porque ficavam próximas do chão, nos caixas, e que não sabe o motivo de terem sido levados ao mezanino, "sendo que essas CPUs são equipamentos eletrônicos de menor importância em relação a todos os outros que permaneceram no salão inundado".

"A gerência da loja manteve-se sempre em contato com a direção do shopping sendo informada, em todas as oportunidades, de que a situação estava controlada e que, a despeito disso, os acessos às suas dependências não estavam autorizados por razão de segurança. A Cobasi lamenta profundamente o ocorrido", diz a empresa.

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Fonte: Redação Terra
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