Nos últimos dias, turistas e moradores de cidades do litoral paulista começaram a apresentar sintomas de “virose”. Nas redes sociais, internautas se queixam de estar com náuseas, vômito, diarreia e até febre.
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Em um comunicado público, o governo do Estado de São Paulo deu algumas diretrizes para prevenir casos de viroses e pediu à população para redobrar os cuidados com higiene e alimentação e evitar tomar banho de mar em praias impróprias.
De acordo com informações do último boletim da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), das 175 praias monitoradas no litoral, 38 apresentam condição imprópria para banho. Por isso, a orientação é buscar saber a condição da praia antes de entrar na água.
Segundo especialistas, ter contato com praias impróprias para banho, seja na areia ou na água, pode causar doenças devido à exposição a bactérias.
De acordo com a Ana Paula Pierro, dermatologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, quem tem contato com a areia em praia imprópria corre o risco de contrair: larva migrans, que é o bicho geográfico, micoses devido a fezes de animais na praia e irritações e queimaduras de algas e água-vivas. No caso da água, pode ter: gastroenterite, salmonella, singela e até toxoplasmose.
Em caso de contato, é necessário buscar tratamento médico. “Para proteger, teria que não entrar na água. No caso da praia, da areia, não sentar diretamente na areia, sentar numa toalha, numa cadeira, para não ter esse contato direto com a areia”, explica a profissional em entrevista ao Terra.
Como são identificadas as praias impróprias?
Este é um serviço oferecido pelo governo - no caso de São Paulo, pela Cetesb - que avalia a balneabilidade, termo referente à qualidade das águas utilizadas para recreação de contato primário, que são atividades que envolvem contato direto e prolongado com a água, como natação, mergulho e esqui aquático. Nessas atividades, há uma alta possibilidade de ingestão acidental de água.
Para avaliar isso, segundo a Cetesb, as praias são classificadas em duas categorias baseadas nas densidades de bactérias fecais: própria e imprópria.
Amostras são coletadas ao longo de cinco semanas consecutivas. A legislação estabelece três indicadores microbiológicos para avaliar a poluição fecal: coliformes termotolerantes (anteriormente conhecidos como coliformes fecais), Escherichia coli e enterococos.
Dentro do critério do órgão para águas marinhas, para uma praia ser considerada imprópria é necessário que a presença de enterococos esteja em densidades superiores a 100 UFC/100 mL, em duas ou mais amostras de um conjunto de cinco, ou com valores acima de 400 UFC/100 mL na última amostragem.
Uma praia também pode ser classificada como imprópria em outras situações, como a presença de óleos, casos de maré vermelha, floração de algas potencialmente tóxicas ou surtos de doenças transmitidas pela água.
“As praias são sinalizadas com bandeiras de acordo com a qualidade, com a cor vermelha indicando a condição imprópria. Nesse caso, a recomendação da Cetesb é de que a população não entre no mar. Também não é recomendado o banho na água 24 horas após as chuvas”, disse o governo de São Paulo em comunicado.