Um terremoto de magnitude 7,3 abalou nesta terça-feira, 17, o pequeno arquipélago de Vanuatu, no Pacífico Sul, destruindo edifícios, incluindo um que abrigava embaixadas, e deixando um saldo preliminar de seis mortos, segundo a ONU. Na capital, Port Vila, testemunhas relataram cenas de devastação, com corpos nas ruas e milhares de pessoas desabrigadas. O tremor, seguido por outro terremoto de magnitude 5,5, também gerou alerta inicial de tsunami, que foi posteriormente retirado.
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Localizado no chamado Anel de Fogo do Pacífico, Vanuatu está entre os países mais suscetíveis a desastres naturais como terremotos, tempestades e tsunamis. Mas o que torna certas áreas do mundo mais vulneráveis a esses eventos?
Como se formam os tsunamis
De acordo com o sismólogo Diogo Coelho, do Observatório Nacional, tsunamis geralmente são causados por movimentos verticais no fundo do oceano, provocados por terremotos de grande magnitude. “Esses deslocamentos criam ondas que se propagam pelo oceano e ganham força ao se aproximar da costa, causando destruição significativa em áreas vulneráveis”, explica.
Outras causas incluem erupções vulcânicas e deslizamentos submarinos, mas a principal fonte está associada às zonas de subducção, onde placas tectônicas colidem.
Regiões mais vulneráveis a tsunamis
Segundo Coelho, a vulnerabilidade do Pacífico está diretamente relacionada à presença das cordilheiras submarinas e das zonas de subducção que circundam a região.
As áreas de maior risco estão localizadas nas proximidades dessas falhas geológicas e incluem:
- Anel de Fogo do Pacífico: países como Japão, Indonésia, Filipinas e os arquipélagos do Pacífico, incluindo Vanuatu, concentram grande parte da atividade sísmica do planeta devido ao encontro das placas tectônicas.
- Costa oeste da América do Sul: do Chile ao Peru, a subducção da placa de Nazca sob a placa Sul-Americana é um fator determinante para terremotos e tsunamis.
E o Brasil?
No Atlântico Sul, a probabilidade de tsunamis é extremamente baixa, afirma Coelho. O Brasil está posicionado longe de zonas de subducção, por isso está protegido de eventos desse tipo. O único registro histórico ocorreu em 1755, quando o terremoto que destruiu Lisboa gerou ondas que chegaram, com impacto reduzido, à costa norte brasileira.
“O Atlântico não possui as características geológicas ideais para a formação de tsunamis, como grandes cadeias montanhosas submarinas ou falhas com movimentações verticais significativas”, afirma o especialista. Apesar disso, ele alerta que a possibilidade não é completamente nula, especialmente em casos de deslizamentos submarinos associados a terremotos.