Quase 48 horas após a forte tempestade que atingiu a Grande São Paulo na última sexta-feira, 11, 760 mil clientes ainda estão sem energia elétrica, informou a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento, em boletim emitido às 14h30 deste domingo, 13.
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Até o momento, a empresa não divulgou prazo para a normalização total do fornecimento de energia elétrica na região. No último boletim divulgado, a Enel informou que 1,3 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado até o momento.
Ao todo, 760 mil ainda estão sem energia elétrica. Em São Paulo, são 496 mil casas sem luz, especialmente nos bairros do Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís.
Além da capital, 62 mil clientes em Cotia estão sem energia. Em São Bernardo do Campo, são 47 mil, além de 44 mil casas sem luz em Taboão da Serra.
Para lidar com a situação, a companhia disse que está atuando com cerca de 1,6 mil técnicos e trabalhando para mobilizar cerca de 2,5 mil profissionais. "Esse contingente está sendo ampliado com a mobilização de equipes adicionais, além da chegada de técnicos do Rio, do Ceará e de outras distribuidoras", informou a concessionária.
A falta de energia elétrica ainda prejudica o abastecimento de água na Grande São Paulo. Na capital, os bairros prejudicados são Capão Redondo, Americanópolis, Vila do Encontro, Grajaú, Parelheiros, Jardim Marilda, Vila Clara e Ipiranga.
Também há falta de água em bairros de São Bernardo do Campo, Cotia, Cajamar e Mauá. A Sabesp orienta a população a manter o uso racional de água armazenada nas caixas até a retomada do abastecimento.
Com a falta de energia, moradores e comerciantes têm relatado problemas e prejuízos. Também há dificuldade para a fluidez do trânsito em trechos da cidade, onde a falta de energia deixou semáforos inoperantes.
Além disso, há diversas árvores que precisam ser removidas de vias e espaços públicos e privados. Segundo a prefeitura, a UPA Santo Amaro e mais estabelecimentos essenciais estão funcionando com geradores.
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da prefeitura, não há previsão de chuva para este domingo.
Em novembro do ano passado, também após um forte temporal com rajadas de vento, alguns locais chegaram a ficar sem energia por uma semana.
Aneel intima Enel
O Procon-SP anunciou no sábado, 12, que vai notificar a Enel para que explique os motivos da demora para restabelecer o fornecimento de energia elétrica para consumidores de vários bairros de São Paulo e de outras cidades do Estado. O órgão informou também que monitora relatos de problemas em cidades do interior, atendidas por outras concessionárias para igualmente notificá-las.
Além do Procon, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) intimou a Enel para que apresente justificativas e proposta de adequação imediata do serviço. A Aneel afirmou em nota à reportagem que os diretores da instituição vão analisar a proposta da empresa. Caso a Enel "não apresente solução satisfatória e imediata da prestação do serviço", a agência vai instaurar "processo de recomendação da caducidade da concessão junto ao MME (Ministério de Minas e Energia)".
Em nota, a Enel afirmou que "está comprometida em ir além dos indicadores estabelecidos e segue com um plano estruturado para seguir a trajetória de melhoria contínua dos serviços".