Revolução Verde, iniciada em meados do século XX, significava uma maneira de aumentar a produção de alimentos no planeta para tentar acabar com a fome. No entanto, atualmente, o modelo passou a receber críticas, já que o mundo passou a produzir mais comida do que as necessidades humanas, com a fome ainda representando um problema grave.
Entenda abaixo o que foi a Revolução Verde e seus impactos para o planeta Terra.
O que é a revolução verde?
A Revolução Verde tinha como fundamentos o aumento em larga escala da produção de alimentos. Utilizando uma agricultura mecanizada, essa produção ocorreu com uso intensivo de fertilizantes e defensivos químicos, melhorias genéticas de sementes e incentivo à monocultura --técnica agrícola na qual apenas um tipo de produto é cultivado em um campo específico.
Promovida por meio de intensas inovações tecnológicas e por um conhecimento técnico avançado, a Revoulção Verde foi marcada pelo trabalho de cientistas empenhados em fortalecer as produções agrícolas ao redor do mundo. Neste período, houve o desenvolvimento de agrotóxicos, fungicidas, herbicidas, fertilizantes químicos, sementes mais adaptáveis a climas extremos e dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).
Qual a origem da revolução verde?
O termo Revolução Verde foi utilizado primeiramente por William Gown, em 1966, durante uma conferência na cidade de Washington, nos Estados Unidos. No discurso, ele se referiu a inovações começadas pelo agrônomo Norman Borlaug, na década de 1930.
Os estudos de Borlag foram aplicados em larga escala no México, cuja produção de trigo aumentou sete vezes na década de 1940. As modernizações tecnológicas chegaram aos Estados Unidos e, depois, se propagaram para o restante da América Latina e para a Ásia.
Impactos de revolução verde
Inicialmente, o aumento da produção de alimentos em escala mundial como forma de garantia de segurança alimentar era o propósito da Revolução Verde. E, de fato, foram registrados ganhos produtivos em diversos países. Entre 1965 e 1970, a produção de trigo quase dobrou no Paquistão e na Índia, por exemplo.
No entanto, a Revolução Verde também acarretou em consequências para os pequenos produtores, para uso dos territórios agrícolas e para o meio ambiente.
As críticas ambientais e socioeconômicas mais comuns à Revolução Verde têm sido as de os métodos de Borlaug criaram dependência de monoculturas em muitos países e de que são técnicas de agricultura insustentáveis a longo prazo. Além disso, poderiam representar perigo à economia dos agricultores de subsistência.
Mais recentemente, os impactos na saúde de pessoas que consomem alimentos com altos níveis de agrotóxicos, por exemplo, também têm sido reavaliados, assim como os problemas de saúde entre as pessoas que trabalham com produtos químicos da agricultura.
Revolução verde no Brasil
No Brasil, a Revolução Verde trouxe consequências parecidas às vistas ao redor do mundo. O país viu uma grande expansão agrícola ocorrer, em especial nas regiões Norte e Centro-Oeste, na década de 1970.
Este período também foi marcado pelas contribuições do governo federal no assunto, criando órgãos responsáveis por promover as melhorias tecnológicas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), fundada em 1973, é um exemplo da intervenção federal.
O Brasil virou uma das grandes lideranças mundiais na produção e exportação de alimentos, com destaque para a soja e o milho. No entanto, o aumento da produção agrícola também trouxe problemas ao meio ambiente e à população mais pobre.
Depois da intensificação do uso de monoculturas, muitas pessoas não conseguiram empregos em grandes fazendas, intensificando o êxodo rural e o inchaço urbano. Além disso, foram sentidos impactos como a perda de biodiversidade e o empobrecimento de solos, além da ingestão de alimentos com restos de produtos químicos por parte da população brasileira, o que pode provocar alergias e sobrecarga de órgãos no corpo humano.