Nesta sexta-feira, 28, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou um novo protocolo que classifica níveis de calor a partir das temperaturas e da umidade. Parecido com o sistema usado para monitorar as chuvas na capital fluminense, a medida também indica quais providências deverão ser tomadas na cidade em cenários de risco. Em casos extremos, shows de grande porte poderão ser cancelados pelo município.
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O plano montado pela Prefeitura, em parceria com o Centro de Operações Rio (COR) e as secretarias de Saúde, Ambiente e Clima, classificará os índices de Nível de Calor 1 (NC1) a Nível de Calor 5 (NC5), conforme o jornal O Globo. Os estágios operacionais também levam em consideração a exposição aos raios UV.
Nos três primeiros níveis, a previsão é que a cidade siga operando na normalidade. É só a partir do NC4 que ações que visam resguardar a saúde da população deverão ser tomadas. Nesse estágio se enquadram as temperaturas excessivas com previsão de duração de, pelo menos, três dias seguidos.
Para alertar aos cariocas, o protocolo prevê o envio de mensagens através de aplicativos e redes sociais. A gestão municipal ainda indicará, através dos canais de comunicação, locais públicos com temperaturas mais amenas para que a população permaneça. Esses espaços são chamados de "ilhas de resfriamento".
O último e mais crítico estágio apresenta medidas ainda mais drásticas. No NC5, as mesmas ações usadas para o NC4 deverão ser mantidas. Somado a isso, todas as atividades de risco feitas ao ar livre deverão ser suspensas no Rio. Isso inclui shows, atividades esportivas e até mesmo o serviço de limpeza urbana.
O nível mais extremo de calor será caracterizado pela prefeitura em dias que houver previsão de mais de 44ºC por pelo menos duas horas durante três dias consecutivos. Além da suspensão de atividades e da orientação para a permanência em "ilhas de resfriamento", o comitê divulgará boletins meteorológicos a cada 6 horas e um boletim epidemiológico em até 72 horas após o fim da fase.
Uma das motivações foi a morte trágica de Ana Clara Benevides, de 23 anos. A jovem aguardava a primeira apresentação da turnê da cantora Taylor Swift no Estádio Nilton Santos quando passou mal e morreu em decorrência do calor extremo. O caso aconteceu em novembro do ano passado, quando o Rio enfrentava um evento climático intenso com elevação drástica de temperatura.
As novas medidas serão publicadas de forma detalhada em um decreto no Diário Oficial Municipal da próxima segunda-feira, 1º.