O Rio Grande do Sul volta a ser atingido por chuvas fortes nesta sexta-feira, 10, segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu um alerta de perigo para o agravamento das enchentes no Estado. A previsão indica que, entre esta sexta e domingo, 12, a chuva mais intensa será entre o centro-norte e leste gaúcho.
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Segundo o Instituto, o litoral norte do RS e o sul de Santa Catarina serão as áreas mais afetadas. As chuvas podem passar dos 100 mm, e os ventos mudam de direção, passando a soprar de sul.
Entre o fim de domingo, 12, e segunda-feira, 13, as rajadas de vento podem variar de oeste a sul com velocidade acima de 30 km/h. Na terça-feira, 14, os ventos enfraquecem.
O Inmet explica que isso acontece devido à instabilidade que volta com mais força ao Rio Grande do Sul no fim de semana. Com a aproximação de uma frente fria, o tempo tende a ficar mais instável. A partir de segunda-feira o frio ganha força, e há possibilidade de geada na terça-feira, 14. O ar frio e seco de origem polar deve afastar a instabilidade, e fazer as chuvas cessarem.
O Instituto ressalta que as novas chuvas que chegam nessa sexta-feira devem afetar as áreas do Estado que já estão comprometidas pelas enchentes, e podem causar ainda mais transtornos. Por isso, o alerta é para que a população siga as orientações da Defesa Civil.
Volume de chuva
De acordo com informações do Climatempo, é esperado que, até segunda-feira, o volume de chuva ultrapasse os 300 mm, isso significa dobrar a média de chuvas em um período de cinco dias – contando de quinta-feira a segunda.
Os maiores volumes de chuva devem cair na região da serra gaúcha, onde nascem os rios que seguem o curso em direção aos Vales do Jacuí e Taquari. Parte desta água vai para o Guaíba, o que pode piorar a situação das cidades em torno do rio.
Caxias do Sul recebeu o triplo de chuva normal para maio em apenas 8 dias, segundo o Climatempo. Em todo o estado, já choveu pelo menos o dobro do normal para esta época apenas na primeira semana do mês. A média normal de chuva em maio no estado varia de 140 a 180 mm. No litoral sul, a média fica entre 100 mm e 140 mm.
Tragédia no Rio Grande do Sul
As cidades em torno dos vales e do Guaíba são as mais afetadas pela tragédia do Rio Grande do Sul. Mais de um milhão de moradores já foram afetados pelas enchentes e temporais.
A Defesa Civil também divulgou os números de pessoas e animais resgatados desde o início das enchentes. Até o momento, foram 70.863 pessoas resgatadas, e 9.984 animais tiveram suas vidas salvas.
Alerta para riscos hidrológicos e geológicos
Devido às inundações no estado, e com a previsão de mais chuva, o Inmet emitiu uma nota técnica junto do Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) sobre os riscos geo-hidrológicos para o Rio Grande do Sul nos próximos dias.
Os riscos geo-hidrológicos são consequências das fortes chuvas, que podem causar deslizamentos de terra e até desabamentos. Os riscos hidrológicos são as inundações, enchentes em áreas rebaixadas e a cheia de rios e canais.
Entre esta sexta-feira e a segunda, os principais riscos envolvem o aumento do nível dos rios Taquari, Caí e Sinos, e região do delta do Jacuí devido ao retorno das chuvas. A quantidade de água que seguirá curso para o Guaíba preocupa as autoridades.
A mudança na direção dos ventos na Lagoa dos Patos também pode prejudicar o escoamento da água da lagoa em direção ao oceano. Assim, as cidades de Pelotas, Rio Grande e arredores devem ficar atentas para a inundação. É esperado também o aumento do nível da bacia do rio Uruguai e seus afluentes, próximo à fronteira.
Risco de deslizamentos
Os órgãos informam que há alerta para probabilidade alta de deslizamentos em áreas urbanas e quedas de barreiras em rodovias nas regiões centro-orientais do estado, região metropolitana de Porto Alegre e no nordeste do RS, incluindo a Serra Gaúcha.
O alerta considera a situação do solo, que está muito encharcado na região, e ainda deve receber mais de 150 mm de chuva nos próximos dias.
Outro alerta é de probabilidade moderada para deslizamentos pontuais e quedas de barreiras em estradas. A região leste do estado deve sofrer um pouco menos com os efeitos das chuvas, mas ainda é importante atentar-se para o risco.