SP: usina é multada em R$ 18 milhões por poluir rio e provocar morte de mais de 235 mil peixes

Empresa de beneficiamento de cana-de-açúcar é apontada como responsável pelo derramamento de poluentes no Rio Piracicaba, no interior de SP

19 jul 2024 - 16h10
(atualizado às 23h22)
Milhares de peixes mortos surgem no Rio Piracicaba; veja vídeo
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A Usina São José S/A Açúcar e Álcool foi multada em R$ 18 milhões por poluir, com o derramamento de resíduos de cana-de-açúcar, duas vezes o Rio Piracicaba, no interior de São Paulo. O incidente ambiental resultou na morte de mais de 235 mil peixes, em levantamento considerado 'conservador' feito pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). 

Nesta sexta-feira, 19, a Cetesb concluiu o laudo técnico que fundamenta o auto de infração contra a empresa açucareira. Os incidentes, que provocaram a morte de centenas de milhares de animais, aconteceram nos dias 7, na área urbana de Piracicaba (SP), e 15 de julho, na Área de Proteção Ambiental (APA) Tanquã. 

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Segundo a companhia, foi identificada a relação direta entre o derramamento dos poluentes, compostos por águas residuárias do processamento industrial e mel de cana-de-açúcar, lançados pela usina, e as mortandades. 

Milhares de peixes apareceram mortos em trecho do Rio Piracicaba, no interior de São Paulo
Milhares de peixes apareceram mortos em trecho do Rio Piracicaba, no interior de São Paulo
Foto: Arquivo Pessoal

No primeiro derramamento, foi constatada a presença de mel de cana-de-açúcar, substância densa, de difícil diluição na água, no Ribeirão Tijuco Preto. O resíduo foi encontrado cristalizado na usina, durante uma vistoria. O poluente tornou o PH da água ácido e, quando chegou ao Rio Piracicaba, levou a oxigenação da água a zero, impossibilitando a vida aquática. 

O mesmo aconteceu no dia 15 de julho, quando os resíduos foram carregados até o Tanquã, ocasionando nova mortandade. "A equipe da Agência Ambiental local realizou inspeções e coletas, localizou a fonte poluidora e garantiu que mais nenhum resíduo fosse extravasado”, explica Mayla Fukushima, diretora-presidente em exercício da Cetesb.

“O resultado das análises laboratoriais coletadas, das investigações e inspeções realizadas não deixam dúvida sobre a relação entre o extravasamento de material poluente da Usina São José e os episódios de mortandade de peixes que aconteceram nos dias 07 e 15 de julho”, reiterou Fukushima. 

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A pena aplicada à empresa leva em consideração, também, agravantes como omissão sobre o despejo de poluetes, o alto volume de peixes mortos e o atingimento de APA, totalizando o montante de R$ 18 milhões. A Cetesb afirma que também estabelecerá exigências técncias e medidas corretivas por parte da usina. 

O Terra tenta contato com a Usina São José S/A Açúcar e Álcool. O espaço segue aberto para manifestação. 

Fonte: Redação Terra
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