O pecuarista Bruno Heller é suspeito de ser o maior devastador da Amazônia, de acordo com investigações da Polícia Federal. Em apenas três meses, ele derrubou cerca de 28 campos de futebol em uma área próxima a uma unidade de conservação e de terras indígenas, no Pará. As informações são do jornal O Globo.
Heller desmatou 28 hectares por dia. O desflorestamento total de 2.710 hectares foi registrado pela Polícia Federal entre 15 de março e 17 de junho de 2021.
De acordo com informações, uma ação deste porte só seria possível se ele utilizasse um grande número de trabalhadores para derrubar a floresta, ou seja, ele precisaria em torno de 60 pessoas. "Para atingir essa taxa de desmatamento, é necessário grande aporte e de capital financeiro, máquinas e recursos humanos”, detalhou o relatório da Polícia Federal.
A Justiça está tentando confiscar 16 fazendas e 10 mil cabeças de gado pertencentes ao pecuarista para obter esse valor. São necessários R$116 milhões para recuperar a área devastada por Bruno Heller.
O suspeito foi preso no dia 3 de agosto em posse de uma espingarda e 350g de ouro sem identificação de origem, mas foi solto pela Justiça de Itaituba, no Pará, no dia seguinte. A soltura foi realizada mediante pagamento de fiança e o compromisso de se apresentar à Justiça Federal a cada dois meses.
Apesar da PF ter solicitado a prisão temporária do pecuarista, o juíz federal Maurício José de Mendonça Júnior indeferiu o pedido alegando que os mandados de busca e apreensão que haviam sido expedidos eram suficientes e que não havia risco de Bruni Heller destruir quaisquer provas da investigação.
Em nota ao jornal carioca, o advogado Alexandre Curti afirmou que a "defesa de Bruno Heller aguardará a conclusão da investigação, a qual ainda está em curso. No mais, se manifestará tão somente nos autos do processo, oportunidade em que os fatos serão esclarecidos e devidamente comprovada a inocência”.