Animais em perigo de extinção serão repatriados; veja espécies traficadas

Policiais vão ao Suriname para tentar descobrir possíveis rotas e táticas ilegais usadas pelos biotraficantes

22 ago 2023 - 18h42
(atualizado em 23/8/2023 às 12h55)

Uma equipe de policiais federais, veterinários e especialistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) viajou nesta terça-feira, 22, ao Suriname para buscar 36 animais nativos da fauna brasileira que foram apreendidos em julho naquele país. São 29 araras-azuis-de-lear (Anodorhynchus leari) e sete micos-leões-dourados?(Leontopithecus rosalia).

Ação integrada dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Justiça e Segurança Pública e Relações Exteriores fará a repatriação dos animais apreendidos no Suriname
Ação integrada dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Justiça e Segurança Pública e Relações Exteriores fará a repatriação dos animais apreendidos no Suriname
Foto: Polícia Federal/Divulgação / Estadão

Além de buscar os animais, os policiais vão colher informações com as autoridades do Suriname para identificar os envolvidos no tráfico, além de descobrir possíveis rotas e táticas ilegais usadas pelos biotraficantes. A volta está prevista para quarta-feira, 23.

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Ação integrada dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Justiça e Segurança Pública e Relações Exteriores fará a repatriação dos animais apreendidos no Suriname
Foto: Polícia Federal/Divulgação / Estadão

Os micos-leões-dourados serão submetidos a um período de quarentena no Zoológico Municipal de Guarulhos e depois passarão a fazer parte da população de segurança da espécie. As populações de segurança são mantidas em instituições de manejo ex situ (fora do ambiente natural) nacionais ou estrangeiras, onde todos os indivíduos têm sua origem e genealogia conhecidas, e são manejados de forma a garantir uma população viável do ponto de vista demográfico e genético, para liberações na natureza.

As reintroduções de micos entre as décadas de 1980 e 2000 foram fundamentais para o restabelecimento da espécie, com população atual estimada por pesquisadores em 4.800 indivíduos.

Todos os micos passarão por uma avaliação individual, comportamental e de saúde e, durante o período de quarentena, terão material biológico coletado para investigação de parentesco entre os indivíduos e da origem populacional (o que ajudará nas investigações sobre a rede de tráfico). Depois desses resultados, os animais poderão ser integrados oficialmente ao Programa de Manejo da espécie, com orientação sobre a sua melhor destinação.

Animais serão resgatados por uma equipe formada por veterinários e especialistas do ICMBio e do Ibama e policiais federais
Foto: Polícia Federal/Divulgação / Estadão

As 29 araras-azuis-de-lear serão levadas para Cananeia-SP, para quarentena e avaliações. Elas contribuirão para o manejo populacional integrado da espécie. Após as análises sanitárias, comportamentais e genéticas, serão destinados pelo Programa de Manejo de acordo com sua atribuição mais importante dentro do plano de conservação.

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O objetivo do programa é revigorar a população de araras-azuis-de-lear na natureza. Grupos de araras oriundos deste programa, envolvendo animais nascidos sob cuidados humanos e resgatados, estão sendo liberados na caatinga desde 2019 e elevaram a população no Parque Nacional Boqueirão da Onça de 2 para 19 indivíduos, sendo quatro deles nascidos de um casal reintroduzido em Boqueirão.

Cada arara-azul-de-lear e mico-leão-dourado será acondicionado em uma caixa individual
Foto: Policia Federal/Divulgação / Estadão

Espécies

A?arara-azul-de-lear é endêmica da Caatinga e está?categorizada como Em Perigo (EN) de extinção, tanto na avaliação global quanto na nacional.

O mico-leão-dourado é espécie endêmica do Brasil, com distribuição restrita a remanescentes florestais severamente fragmentados da Mata Atlântica de baixada do Rio de Janeiro. Está categorizado como Em Perigo (EN) de extinção, tanto na avaliação global quanto na nacional. Ambas as espécies têm populações extremamente reduzidas na natureza e a maior parte está restrita a Unidades de Conservação sob gestão do ICMBio.

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