Mesmo com a redução das atividades econômicas devido à pandemia do coronavírus, o número de queimadas mais que dobrou este ano no Estado de São Paulo, em comparação com o ano passado. De 1º de janeiro a 30 de maio, o satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram 762 queimadas no estado. No mesmo período de 2019 tinham sido 365 - aumento de 108%.
Do total deste ano, 587 foram registradas nos meses de março, abril e maio, quando o coronavírus já estava instalado no estado e com medidas de distanciamento em vigor. Só em abril foram 252 focos.
O número de focos de incêndio em território paulista nos primeiros cinco meses do ano é o maior desde 2014, segundo o Inpe. As queimadas no Estado de São Paulo levaram a região sudeste do país a registrar aumento de 19%, este ano, no número de focos de incêndio. Os demais estados registraram queda no número. Minas Gerais teve redução de 15%; Rio de Janeiro, queda de 23%; e Espírito Santo, 57% focos a menos.
A falta de chuvas pode ter contribuído para a propagação do fogo, principalmente no interior de São Paulo. Desde o dia 2 de maio não é registrada chuva significativa na maioria das regiões do Estado.
No fim da tarde desse domingo, 31, ao menos 26 focos de incêndio estavam ativos em todo o Estado. Dois municípios - Piedade e Taubaté - registraram duas queimadas no mesmo dia. O fogo atingiu 17 áreas com remanescentes de mata atlântica. As outras nove eram de cerrado.
Em Presidente Epitácio, oeste paulista, um incêndio atingiu a reserva ambiental Lagoa de São Paulo e mobilizou os bombeiros no domingo. Foi o quarto foco na reserva durante o mês. No total, ao menos 30 mil metros quadrados de vegetação foram queimados.