Carro elétrico faz motorista de app economizar R$ 9 mil: "Jamais voltaria para combustão"

Veículos elétricos são sustentáveis, mais limpos e confortáveis, mas ainda há desafios para os condutores

18 set 2024 - 05h01
Felipe adquiriu seu primeiro carro elétrico há cerca de 3 meses
Felipe adquiriu seu primeiro carro elétrico há cerca de 3 meses
Foto: Arquivo pessoal

Aquilo que antes parecia ser uma realidade distante está mais presente do que nunca no nosso dia a dia. A China, pioneira na fabricação de carros elétricos, antecipou uma tendência que está sendo fortemente aderida pelos brasileiros. Com o aumento do preço dos automóveis e da gasolina, condutores buscam cada vez mais opções acessíveis e com bom custo benefício.

Para o motorista de aplicativo Felipe Ribeiro Alves, de 33 anos, a solução encontrada foi a aquisição do seu próprio carro elétrico. Inicialmente, ele alugou um Renault Kwid elétrico por 10 meses. Por ter gostado da experiência, Felipe decidiu adquirir um BYD Dolphin há cerca de 3 meses. 

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"Como tive uma experiência anterior com carro elétrico, vi que na minha profissão seria vantajoso ter um. Jamais voltaria para o carro a combustão", conta ele, em entrevista ao Terra.

Entre as vantagens do carro elétrico, ele cita conforto, tecnologia e a economia. Segundo conta, os gastos que deixou de ter com motor a combustão representa cerca de R$ 9 mil em apenas 3 meses.

Apesar de ainda não ter adquirido sua própria wallbox (carregador veícular doméstico), ele recarrega seu carro uma vez ao dia em postos de gasolina espalhados por São Paulo. O valor da recarga fica em torno de R$ 80 a R$ 90. 

"O custo benefício em relação ao consumo e até mesmo as manutenções trazem a sensação de ser mais vantajoso que veículos a combustão. Outro fator é ter condições de adquirir um carro que as outras marcas cobrariam valores bem superiores, na minha visão só carro elétrico pode proporcionar", explica. 

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Sustentabilidade também é determinante

Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), a sustentabilidade também tem sido fator determinante para quem adere a essa tecnologia. 

"Esse aumento reflete o interesse crescente dos consumidores por veículos mais limpos e mais confortáveis e o maior nível de informação sobre as vantagens tecnológicas e econômicas desses veículos", diz a associação.

Segundo relatório disponibilizado ao Terra, o número de carros eletrificados – ou seja, 100% elétricos e híbridos – aumentou 232% de 2023 para 2024. No ano passado, o Brasil contava com apenas 5.895 veículos elétricos em circulação. Hoje, já são mais de 41 mil veículos 100% elétricos nas estradas.

Já os veículos híbridos somavam 17.236 em 2023. Hoje, o número chega a 35.736 carros.

Bernardo Durieux, CEO da VoltBras, empresa que trabalha com soluções de recarga para carros elétricos, afirma que estes modelos são mais potentes e sustentáveis, pois não emitem dióxido de carbono (CO2) e não produzem ruídos.

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"Um elétrico pode ser até cinco vezes mais econômico comparado a modelos a combustão. Muita vezes o valor gasto a mais na compra é rapidamente compensando com a economia", compara.

A título de comparação, o BYD Dolphin, que é um veículo 100% elétrico, custa em média R$ 149,8 mil. Já o Volkswagen Polo, que é o carro mais vendido do Brasil, sai por R$ 87,9 mil na versão de entrada Track. 

A tecnologia implementada nos carros elétricos também chama bastante atenção dos consumidores. Isso se dá pelo fato de que as montadoras, especialmente as chinesas, buscam tornar seus veículos mais competitivos não somente preço, mas com novos recursos e equipamentos.

O que chamou a atenção da família de Felipe para o carro elétrico dele, por exemplo, foi justamente a tecnologia e o acabamento tanto interno quanto externo. E o motorista não pretende parar por aí: sua nova aquisição será o sedã BYD Seal, outro modelo oferecido pela montadora chinesa no Brasil. 

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O motorista já economizou mais de R$ 9 mil depois que adquiriu um carro elétrico; o modelo foi aprovado pela família
Foto: Arquivo pessoal

Carros elétricos ainda enfrentam desafios

Apesar de existirem opções de recarga em postos de gasolina no Brasil, o número de eletropostos, ou seja, aqueles pensandos especificamente para carros elétricos, ainda não é o suficiente. Atualmente, o País conta com cerca de 10,6 mil eletropostos em atividade.

O CEO da VoltBras explica que os carros elétricos necessitam de períodos de adaptação de rotina de seus proprietários. Para além disso, viagens de longa distância requerem atenção.

"Não é mais necessário ir a postos de combustíveis, em compensação, é preciso ser organizar para deixar o veículo recarregando durante a noite, ou no shopping, supermercados durante as compras. Viajar com elétricos também requer mais atenção, pois não se tem uma infra de recarga tão presente em rodovias. É possível se deslocar em grandes distâncias, mas com um breve planejamento", diz. 

Fonte: Redação Terra
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