Os países vulneráveis às mudanças climáticas, assim como o Greenpeace, lamentaram que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não tenha assumido um "compromisso firme" em termos de financiamento e apoio a essas nações, e reiteraram que o governante precisa "mostrar mais liderança".
Essa decepção foi expressada por porta-vozes de vários países menos desenvolvidos e da organização ambientalista Greenpeace, que nesta sexta-feira reagiram ao discurso de Biden na COP27, a 27ª cúpula climática da ONU que está sendo realizada em Sharm el Sheikh e reúne mais de 190 países para cooperar contra a mudança climática.
O enviado especial de Gana, Henry Kokotu, expressou em nota sua satisfação pelo fato de os EUA, historicamente os maiores responsáveis pela crise climática, terem retornado ao Acordo de Paris, o qual havia abandonado durante o mandato do republicano Donald Trump. No entanto, assegurou: "Até agora não vimos um compromisso total da sua parte em termos de financiamento e apoio para ajudar os países vulneráveis ao clima", e salientou a importância de o mundo "lidar com as catástrofes climáticas" que mais o afetam.
"Agora, em Sharm el Sheikh, esperamos que o presidente dos EUA demonstre maior liderança no comprometimento de novos fundos dedicados a perdas e danos e na implementação de mecanismos para sua entrega. Outra conta bancária em branco não funcionará como resultado do COP", disse Kokotu. Por sua vez, a chefe do grupo de negociação de países menos desenvolvidos, Madeleine Sarr, alertou que "o compromisso dos EUA será julgado por suas ações em termos de perdas e danos".
"O mundo está esperando, e nós estamos esperando, pelo estabelecimento de um mecanismo de financiamento", destacou em declarações à imprensa. Já o chefe de comunicação do Greenpeace África, Mbong Akiy, lamentou que "embora cada dólar conte, o anúncio de hoje do presidente Biden de US$ 150 milhões está longe dos US$ 17 bilhões que faltam para atingir os US$ 100 bilhões prometidos".
"O fluxo de fundos das economias ricas é fundamental para construir confiança e salvar milhões de vidas dos impactos de eventos climáticos extremos", comentou, enfatizando que "a liderança real dos EUA exige pressionar por um serviço de perdas e danos em Sharm el Sheikh". / EFE