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Um estudo realizado no sul da Bahia revelou que sete espécies de peixe anteriormente comuns na região estão desaparecendo. A pesquisa ouviu pescadores no Mercado da Tarifa, em Porto Seguro
Foto: Mariana Bender
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Esses peixes estão cada vez menos presentes nas redes dos pescadores, ou, quando estão, são menores do que em décadas passadas. Um deles é o peixe acima, o badejo-quadrado (Mycteroperca bonaci)
Foto: Heraldo Carvalho
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Acima, o dentão (Lutjanus jocu). A pesquisa constatou que, para 36% dos pescadores a pesca colaborou para reduzir a quantidade de peixes ao longo dos anos no sul da Bahia
Foto: Carlos Eduardo Ferreira
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O dentão e o peixe da espécie acima, a guaiúba (Ocyuru chrysurus), não constam na lista de peixes ameaçados da IUCN (União Internacional para a Preservação da Natureza, na sigla em inglês). Mas a realidade da espécie pode ser outra
Foto: Sérgio Floeter
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As espécies em declínio são muito apreciadas na culinária baiana, o que as torna mais vulneráveis a pesca não-sustentável. Acima, a garoupa (Epinephelus morio)
Foto: Carlos Eduardo Ferreira
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Nem todos os peixes pesquisados geraram preocupação. O peroá (Balistes vetula) foi avaliado pelos pesquisadores, mas não foi constatado um declínio da espécie
Foto: Carlos Eduardo Ferreira
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Alguns peixes que habitam as águas do sul da Bahia já preocupavam bastante os cientistas mesmo antes deste estudo ser feito. Um deles é o mero (Epinephelus itajara). Embora tenham reconhecido o peixe, muitos pescadores disseram nunca tê-lo pescado
Foto: João Paulo Kajewski
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O peixe amarelado no centro da foto, tirada no mercado em Porto Seguro, é o mero-gato (Epinephelus adscensionis). Na lista da IUCN, o status da espécie é descrito como "pouco preocupante"
Foto: Mariana Bender
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Um total de 53 pescadores de diferentes idades foram convidados pelos pesquisadores a identificar, por meio de fotos, os peixes. Eles responderam a perguntas sobre qual é o maior peixe de cada espécie que já haviam capturado e o ano que isso ocorreu
Foto: Sandro Parrudo
Um estudo realizado no sul da Bahia por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina revelou que sete espécies de peixe anteriormente comuns na região e usados na culinária local estão desaparecendo.
O levantamento, feito pelos biólogos Sergio Floeter, Natalia Hanazaki e Mariana Bender, foi feito com base em entrevistas com pescadores que trabalham na região vizinha ao Parque Municipal Marinho do Recife de Fora, em Porto Seguro.
Um total de 53 pescadores de diferentes idades foram convidados pelos pesquisadores a identificar, por meio de fotos, espécies de peixe que tradicionalmente vivem na costa da região. Eles responderam a perguntas sobre qual é o maior peixe de cada espécie que já haviam capturado e o ano que isso ocorreu.
A conclusão foi que algumas espécies estão cada vez menos presentes nas redes dos pescadores, ou, quando estão, os peixes são menores do que em décadas passadas.
São elas o badejo-quadrado (Mycteroperca bonaci), a garoupa (Epinephelus morio), o dentão (Lutjanus jocu), a cioba (Lutjanus analis), a guaiúba (Ocyuru chrysurus), o cherne (Hyporthodus nigritus) e o mero-gato (Epinephelus adscensionis).
Pesca não-sustentável
Durante a pesquisa, ficou claro que pescadores mais velhos, com mais de 50 anos, pescavam peixes maiores do que os mais jovens.
O badejo-quadrado, por exemplo, era encontrado há 40 anos pesando quase 50 quilos na região. Hoje, o mais comum é encontrá-lo com 17 quilos.
Mais preocupante foi a constatação de que alguns peixes sequer são reconhecidos pelos pescadores mais jovens.
"Alguns pescadores com menos de 31 anos não reconheceram espécies de peixe como o mero-gato e o cherne quando apresentados às fotos na entrevista", disse Mariana Bender.
Situação das espécies do estudo segundo a lista do IUCN
Badejo-quadrado |
Quase ameaçada; população diminuindo |
Garoupa |
Quase ameaçada; população diminuindo |
Dentão |
Não aparece na lista |
Cioba |
Vulnerável |
Guaiúba |
Não aparece na lista |
Cherne |
Em perigo crítico |
Mero-gato |
Pouco preocupante; população diminuindo |
Os mesmos pescadores jovens disseram não saber que peixes hoje raros foram um dia abundantes no sul da Bahia.
A pesquisa constatou que os pescadores acreditam que sua atividade está tendo um impacto sobre os estoques pesqueiros da região: para 36% deles, seu trabalho colaborou para reduzir a quantidade de peixes ao longo dos anos.
Mas, para os cientistas, não é apenas a pesca não-sustentável, feita em uma escala que não permite que os estoques de peixe se reponham naturalmente, que está por trás do sumiço dessas espécies.
"Outro fator preocupante é a perda de habitats e de habitats bem conservados para a manutenção dessas espécies de peixe, como a perda de manguezais, que servem como berçários naturais, e o assoreamento das regiões costeiras que abrigam os recifes", explicou Bender.
Consumo consciente
A pesquisa, divulgada neste ano na publicação científica Fisheries Management and Ecology, sinaliza a necessidade de avaliar a inclusão de outros peixes de ambientes recifais nas avaliações de espécies ameaçadas de extinção.
Alguns peixes que habitam as águas do sul da Bahia já preocupavam bastante os cientistas mesmo antes deste estudo ser feito.
Um deles é o mero (Epinephelus itajara), que hoje é considerado "em perigo crítico" em uma lista da IUCN (União Internacional para a Preservação da Natureza, na sigla em inglês) que avalia o risco de extinção das espécies.
Mariana Bender diz que os pescadores reconheceram o mero nas fotos, mas muitos "jamais pescaram" esse peixe, pese que exista "um histórico de exploração desse peixe na costa brasileira, fazendo com que ele se tornasse um peixe 'raro'".
O cherne, cujo declínio foi constatado no novo estudo, também aparece na lista do IUCN como criticamente ameaçado, mas duas das espécies analisadas na Bahia, o dentão e a guaiúba, sequer foram avaliadas pelo IUCN, e a situação de outra, o mero-gato, é descrita como "pouco preocupante".
Outra necessidade levantada pelos autores do estudo é a de redobrar os esforços no sentido de promover um consumo consciente do estoque pesqueiro.
"Os badejos e garoupas, particularmente, são muito apreciados na culinária pela sua carne. Dessa forma, é necessário promover o consumo consciente para que os estoques dessas espécies possam se recuperar", disse Bender.
O estudo fez parte da rede de pesquisas Coral Vivo, patrocinada pela Petrobras e pelo Arraial d'Ajuda Eco Parque.
Animais em agosto: jacaré ameaçado é esfolado em público no PA
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Dois homens foram multados em R$ 5 mil depois de matar em público um jacaré de 5 metros de comprimento Brejo Grande do Araguaia, no sul do Pará. A agressão foi testemunhada por diversas pessoas, inclusive crianças
Foto: Ibama
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A dupla atinge o animal com machadadas sob o olhar de diversos moradores. Nesta imagem, um homem se coloca sobre o corpo do jacaré
Foto: Ibama
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O Ibama acredita que os homens praticavam a caça regularmente no rio Araguaia, apesar de eles terem negado isso à polícia
Foto: Ibama
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Os homens foram apresentados à autoridade policial do município, porém liberados porque o criem ambiental é considerado de menor potencial ofensivo
Foto: Ibama
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Prática de consumir carne de animais silvestres foi responsável por dizimar grande parte dos répteis da região
Foto: Ibama
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A cabeça do animal foi encontrada em um córrego da região: única parte do animal descoberta ainda intacta
Foto: Ibama
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Restos do animal foram carbonizados; homens removeram o couro e cortaram o jacaré em partes
Foto: Ibama
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Carcaça do animal foi queimada depois que os responsáveis pela captura foram denunciados
Foto: Ibama
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A onda de calor que toma países do hemisfério norte tem proporcionado cenas inusitadas envolvendo animais. Na China, por exemplo, esse panda não resistiu ao grande cubo de gelo disponibilizado pelo zoológico de Wuhán e se esticou sobre o material para se refrescar.
Foto: EFE
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Panda chinês não fez cerimônia diante da oferta: um grande cubo de gelo
Foto: EFE
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Muitas províncias do sul da China têm registrado recordes de temperatura.
Foto: EFE
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Litoral catarinense é procurado pelas baleias-francas para procriação
Foto: Paulo Flores/CMA-ICMBio
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Área de proteção é monitorada para garantir a preservação da espécie
Foto: Paulo Flores/CMA-ICMBio
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Das 40 baleias avistadas, 15 eram filhotes
Foto: Paulo Flores/CMA-ICMBio
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George Preti é um dos pesquisadores responsáveis por um estudo que se baseia no olfato apurado dos cães para detectar a presença de câncer.
Foto: AP
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A paciente Marta Drexler, que tem câncer de ovário, doou tecidos cancerosos do seu corpo para a pesquisa
Foto: AP
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Tsunami recebe um presente por completar uma parte do treinamento que espera preparar cães para identificar a presença de câncer
Foto: AP
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Três cães estão sendo treinados na Pensilvânia para farejar a presença do câncer de ovário nas mulheres
Foto: AP
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Jonathan Ball treina cachorro para 'diagnosticar' câncer de ovário, doença fatal quando detectada em fases avançadas
Foto: AP
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O cão McBaine participa da primeira etapa de treinamento em uma pesquisa que envolve a detecção de tecidos cancerosos. Cientistas esperam que os animais consigam distinguir a presença de câncer no organismo com seu olfato apurado. O treinamento está sendo feito no Centro de Treinamento de Cães da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos
Foto: AP
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O sul-africano Ben Cranke registrou o momento em que pinguins escaparam por pouco do ataque de uma foca-leopardo
Foto: The Grosby Group
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Cranke passou o dia fotografando as aves da ilha Cuverville, na Antártida
Foto: The Grosby Group
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Foi quando ele viu um pinguim em pânico saindo da água
Foto: The Grosby Group
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A foca-leopardo de cerca de 3 metros e meio não se deu bem ao tentar pegar as presas fora da água. Veja a seguir outros animais que escaparam por pouco das garras dos predadores
Foto: The Grosby Group
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Uma renomada mergulhadora, conhecida como "encantadora de tubarões", foi filmada colocando a mão dentro da boca de um tubarão para remover um anzol de pesca, trancado na garganta do peixe.
Foto: Reprodução
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Quatro baleias-franca foram vistas na praia do Morro das Pedras, região sul de Florianópolis
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Quem se aventurou na água acabou tendo que surfar praticamente ao lado de duas baleias adultas acompanhadas de seus filhotes
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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As baleias aparecem entre os meses de julho e setembro em toda a costa de Santa Catarina. O período é usado para acasalamento e para que as baleias amamentem seus filhotes
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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"Nessa época elas (as baleias) ficam perto demais e temos que nos cuidar para não assustá-las", disse Rodrigo Hurss Batista, 39 anos, que surfou quase ao lado de um dos animais
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Os surfistas pegavam ondas perto dos animais
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Um jacaré de papo-amarelo foi visto à beira de um rio, ao lado do Shopping Iguatemi, em Florianópolis
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Jacaré de papo-amarelo se alimenta de crustáceos e mamíferos de pequeno porte, e pode viver até 50 anos
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Caiman latirostis é típica de florestas tropicais da América do Sul
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Espécie pode chegar a 3,5 metros de comprimento
Foto: Fabricio Escandiuzzi
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Bino, um jacaré albino do Aquário de São Paulo, recebe tratamento com acupuntura para tratar de problemas na coluna. O animal da espécie Caiman crocodilus yacare está sendo atendido pelo biólogo Rafael Gutierrez e a veterinária Daniela Cervelatti em São Paulo. O jacaré macho sofre de cifose e escoliose na coluna vertebral
Foto: Reuters
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