BRASÍLIA - O senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ) reagiu às críticas do governo de Pernambuco sobre os planos federais para o turismo em Fernando de Noronha e disse que interesses e posicionamentos políticos não podem atrapalhar o futuro da ilha.
Ao Estado, Flávio declarou que não se "pode colocar questões eleitorais acima dos interesses da população local" e que o governo federal vai seguir com o plano de abrir o arquipélago para cruzeiros marítimos, o que hoje é proibido por causa das restrições de visitação, além de fazer 12 "naufrágios artificiais" de embarcações no entorno de Fernando de Noronha, para formação de corais como atração de mergulho.
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"Vamos dar prosseguimento nas demandas feitas pelo conselho comunitário da ilha, que é a voz dos moradores de Fernando de Noronha. Ninguém em sã consciência pode colocar questões eleitorais acima dos interesses da população local, como modernizar aeroporto ou ampliar o porto, para atender a quem reside lá ou vai visitar a ilha", afirmou Flávio Bolsonaro, em nota enviada ao Estado.
"Fernando de Noronha vive do turismo, é isso que bota comida na mesa dos moradores e o que for possível fazer para aumentar a atividade, de forma responsável e gradual, nós faremos" declarou o filho "01" do presidente Jair Bolsonaro.
Os barcos que tinham aval para atracar em Noronha tinham capacidade de 150 a 200 passageiros, mas agora o plano, conforme apurou o Estado, é liberar para embarcações com 600 passageiros ou mais, o que pode colocar em xeque a capacidade de suporte do local, patrimônio natural da humanidade.
A declaração de Flávio Bolsonaro é uma resposta às afirmações do governo de Pernambuco, que sequer foi comunicado pelo governo federal sobre a visita que o senador e o presidente da Embratur, Gilson Machado, fariam à ilha dias atrás. Ao saber dos planos do governo Bolsonaro, o secretário de Meio Ambiente pernambucano, José Bertotti, o modelo proposto não "respeita a natureza".
Bertotti declarou, por nota, que "a informação de que o governo federal vai 'autorizar' a entrada de cruzeiros marítimos em Fernando de Noronha deixa mais uma vez evidente a maneira como a União lida" com o meio ambiente. "As referidas autoridades desconhecem a existência da limitação do número de visitantes em Fernando de Noronha e as consequências de colocar na ilha mais de 600 pessoas de uma só vez, como acontece no caso dos navios de cruzeiro."