Trinta e dois países reunidos em Berlim se comprometeram nesta quinta-feira a repassar 9,3 bilhões de dólares para o Fundo Verde para o Clima (FVC) das Nações Unidas, criado para ajudar os países em desenvolvimento a lutar contras as mudanças climáticas.
"É um dia histórico e extremamente importante", declarou a diretora do Fundo Verde, a tunisiana Héla Cheijruhu, durante coletiva de imprensa.
"As mudanças climáticas são um problema fundamental para a sobrevivência da humanidade", declarou o ministro alemão do Desenvolvimento, Gerd Müller, anfitrião da Conferência de Berlim.
Desta forma, o Fundo Verde tem um orçamento assegurado para os próximos quatro anos.
A maioria dos contribuintes são países ricos como Estados Unidos, Grã Bretanha, França e Japão.
O Fundo Verde, com sede na Coreia do Sul, foi criado oficialmente em 2010 pelos acordos de Cancún para ajudar os países em desenvolvimento a lutar contra o aquecimento global.
Tem como objetivo ajudar os países mais vulneráveis às mudanças climáticas a realizar projetos específicos como, por exemplo, reduzir as emissões de gases do efeito estufa, conter o desmatamento e proteger-se contra o aumento dos níveis do mar.
A Conferência de Berlim ocorre alguns dias antes da conferência do clima das Nações Unidas, a ser realizada no início de dezembro em Lima, e a um ano de uma reunião decisiva em Paris, onde um acordo ambiental global deverá ser aprovado.
A Conferência de Berlim ultrapassou a meta estabelecida de 9 bilhões. O Fundo Verde procura atingir a meta de 10 bilhões até o final do ano.
O principal objetivo é limitar a 2°C o aumento da temperatura global, que para além deste nível poderia causar desequilíbrios climáticos severos. Esta meta "exige um investimento maciço", disse Cheijruhu.
O FVC, que receberá fundos públicos e privados, doações e empréstimos, faz parte da meta da ONU de obter 100 bilhões de dólares para ações contra as mudanças climáticas até 2020.
Na reunião do G20 em Brisbane, na Austrália, houve alguns anúncios, como os 3 bilhões dos Estados Unidos e 1,5 bi do Japão.
De acordo com a imprensa britânica, a Grã-Bretanha devia anunciar uma contribuição de cerca de 1 bilhão de dólares.
França e Alemanha já haviam se comprometido com um bilhão cada.
Enquanto isso, outros países prometeram quantidades muito menores: dos 100 milhões da Suíça e Coreia do Sul, aos 5,5 milhões da República Checa. Dinamarca e Noruega se comprometeram com 70 e 33 milhões respectivamente.