Militantes do Greenpeace são acusados de pirataria na Rússia

24 set 2013 - 16h37
(atualizado em 25/9/2013 às 17h37)

A Rússia abriu nesta terça-feira uma investigação por pirataria contra militantes do Greenpeace, que podem ser condenados a duras penas, por sua ação contra uma plataforma da gigante energética russa Gazpron no Ártico.

Entre os 30 ativistas detidos pelas forças de segurança russas no navio de bandeira holandesa Arctic Sunrise está a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, 31 anos.

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Os militantes foram levados nesta terça-feira à noite para a sede da Comissão de Investigação local de Murmansk (noroeste), onde serão interrogados, indicou uma porta-voz da organização ambientalista, Maria Favorskaïa.

"Eles foram escoltados até o prédio, sem que pudessem dizer uma só palavra", nem a outros militantes do Greenpeace que vieram para apoiá-los, nem à imprensa, segundo Favorskaïa.

"Uma investigação criminal correspondente ao artigo 227, capítulo 3 do código penal (pirataria em grupo organizado), foi aberta", indicou nesta manhã a Comissão de Investigação em um comunicado. Ela acrescentou que as pessoas envolvidas serão processadas "independentemente de sua nacionalidade".

O barco do Greenpeace invadido na quinta-feira no Ártico pelas forças de segurança chegou a Murmansk esta manhã.

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"O Arctic Sunrise chega a Murmansk", postou o Greenpeace no Twitter, onde publicou uma foto do barco da guarda-costeira russa rebocando o da ONG ecologista.

Os militantes da ONG a bordo da embarcação podem responder por um crime que na Rússia vale até 15 anos de prisão.

O quebra-gelos do Greenpeace havia sido enviado à região para protestar contra um projeto de exploração do gás russo Gazprom. Foi invadido pelas forças russas no mar de Pechora, no Ártico.

Dois militantes do Greenpeace, um suíço e um finlandês permaneceram detidos por algumas horas no navio da guarda costeira russa, depois de terem tentado escalar a plataforma petroleira Prirazlomnaia.

Dois investigadores russos foram enviados a Murmansk para "interrogar todos os participantes" e "deter os mais ativos", indicou a Comissão de Investigação sem fornecer mais detalhes.

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Este órgão, encarregado de investigações criminais na Rússia, acusa os militantes do Greenpeace de colocar em risco não apenas as pessoas que trabalhavam na plataforma, mas também o meio ambiente.

"É difícil acreditar que estes supostos militantes ignoram que (a plataforma) era um alvo de alto risco e que qualquer ação não autorizada poderia causar um acidente que teria colocado em perigo não apenas as pessoas que ali se encontravam, mas também a ecologia", disse a Comissão em um comunicado.

Desde que a embarcação do Greenpeace foi abordada pelas forças russas, muitas manifestações foram organizadas diante de embaixadas da Rússia em todo o mundo.

Além disso, 50 ONGs de defesa do meio ambiente e cerca de 400 mil pessoas assinaram petições a favor da liberdade dos militantes, indicou o Greenpeace.

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Esta organização denuncia uma abordagem ilegal de seu barco que, segundo ela, foi feita fora das águas territoriais russas.

O Ministério russo das Relações Exteriores convocou na quinta-feira o embaixador da Holanda para protestar contra as ações agressivas dos ecologistas.

A Rússia considera prioritário o desenvolvimento do Ártico, uma imensa zona rica em hidrocarbonetos que até o momento não foi explorada.

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