A tripulação do rompe-gelo do Greenpeace Arctic Sunrise, entre eles a ativista brasileira Ana Paula Alminhama Maciel, 31 anos, foram obrigados nesta terça-feira a desembarcar por agentes da Guarda Costeira russa, que mantém o navio sob custódia desde a semana passada.
"Comunicaram que eles tinham cinco minutos para recolher seus pertences e que seriam levados à terra. Não sabemos o que vai acontecer com eles", disse a assessora de imprensa do Greenpeace na Rússia, Tatiana Vasilieva.
"Talvez sejam libertados e talvez sejam acusados", completou a representante do Greenpeace russo Maria Favorskaya, segundo a agência de notícias Interfax.
O desembarque dos tripulantes acontece horas depois que Comitê de Instrução do país anunciasse a abertura de uma ação penal por pirataria, devido ao protesto contra exploração petrolífera no Ártico.
"Todos os que invadiram a plataforma (petrolífera Prirazlomnaya da companhia russa Gazprom) serão acusados independentemente de sua cidadania", afirmou o porta-voz do CI, Vladimir Markin, citado pelas agências russas.
Cerca de 50 ONGs, e aproximadamente 370 mil pessoas de todo o mundo assinaram pedidos exigindo a libertação da tripulação do navio do Greenpeace.
Na quinta-feira, a Guarda Costeira russa abriu fogo de advertência contra o Arctic Sunrise e depois deteve o navio após ativistas do Greenpeace terem deixado a embarcação em lanchas rumo à plataforma para se prenderem a ela .
A Gazprom planeja começar a produção de petróleo nessa plataforma no primeiro trimestre de 2014, o que, segundo a ONG, aumenta o risco de um vazamento de petróleo em uma área que contém três reservas naturais protegidas pela própria legislação russa.