Os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) negociam um compromisso climático e energético para 2030 menos ambicioso do que o proposto pela Comissão Europeia (CE, órgão executivo da União Europeia) em janeiro, que inclui um meta voluntária e não obrigatória, como estava previsto, de utilização de energias renováveis, confirmaram nesta quinta-feira à Agência Efe fontes comunitárias.
Os líderes da UE iniciaram hoje dois dias de negociações para fechar um pacote sobre questões climáticas e energéticas com um documento preparado por representantes designados por cada governo (os chamados "sherpas") justo antes do começo da reunião, que servirá de base para a discussão e que previsivelmente será modificado durante o encontro.
Segundo o documento, a negociação parte com três objetivos claros para 2030: uma redução obrigatória de 40% das emissões de dióxido de carbono (CO2) e outras duas não vinculativas e uma meta de 27% tanto para o uso de energias renováveis como para o aumento da eficiência energética.
A meta de eficiência energética seria revisada em 2020, com vistas a elevá-la para 30%, que é o percentual que a CE recomendou em julho, garantiram as fontes.
O compromisso que os líderes têm sobre a mesa também inclui uma meta de interconexões energéticas de 15% para 2030.
O Executivo comunitário propôs em janeiro que a redução nas emissões de CO2 para 2030 fosse de 40% e tivesse caráter obrigatório dentro da UE, ou seja, que os países comunitários não pudessem contabilizar como esforço próprio dentro de seu objetivo nacional os investimentos feitos em projetos ambientais nas nações em desenvolvimento.
A Comissão também sugeriu que o percentual de energias renováveis fosse de 27% e com caráter vinculativo somente em escala europeia, mas sem dividi-la em metas nacionais, e sem poder para sancionar os Estados-membros em caso de descumprimento.
Essa proposta de metas climáticas para 2030 contrasta com a mais ambiciosa adotada pela UE para 2020, que incluía duas metas obrigatórias de 20% para a redução das emissões de CO2 e para o uso de energias renováveis e outra voluntária, também de 20%, para reduzir o consumo energético.