Tragédia no RS: gaúcho pendura cama no teto para salvar móvel da enchente em Pelotas

Pescador agora vive em canoa em frente à residência, para monitorar o nível da água

15 mai 2024 - 13h16
(atualizado às 14h06)
Pescador vive próximo da Lagoa dos Patos, em Pelotas
Pescador vive próximo da Lagoa dos Patos, em Pelotas
Foto: Reprodução/Profissão Repórter

Boa parte dos moradores das cidades atingidas pelas enchentes do Rio Grande do Sul saíram de suas casas e estão em abrigos até que a situação se normalize. No entanto, tem gente que ainda não deixou a residência e enfrenta perrengue e perigo com a invasão da água. É o caso de um pescador que pendurou a própria cama no teto do quarto em Pelotas, no sul do Estado. 

A casa de Leonido dos Santos Júnior fica próximo à Lagoa dos Patos e foi tomada por água. Ao Profissão Repórter, da TV Globo, ele disse que nunca tinha passado por essa situação.

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"Faz dez anos que nós moramos neste ponto e nunca tinha entrado água dentro de casa. Entrou e não saiu mais", contou. 

O gaúcho não pensou em deixar a casa e se abrigar em um ponto seguro. Isso porque ele é tutor de quatro filhotes de gato e outros bichinhos de estimação que não pretende deixar para trás. Já a esposa e o filho de Leonido saíram da residência da família assim que a inundação começou. 

Gaúcho pendurou cama no teto
Foto: Reprodução/Profissão Repórter

Foi justamente porque escolheu ficar que o pescador teve a ideia de "salvar" sua cama da água. Ele amarrou algumas cordas nos pés do móvel e as prendeu nas vigas de madeira do teto da casa.

Com a cama pendurada no teto e a água enchendo a região cada vez mais, Leonido vive, atualmente, em uma canoa em frente à casa. De lá, ele contou ao Profissão Repórter que tenta monitorar o aumento do volume da água que está entrando na residência da família. 

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Boletim das enchentes

Leonido dos Santos Júnior é só um dos vários afetados com as enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de abril. Até agora, 2,1 milhões de moradores de 446 municípios gaúchos foram afetados pela tragédia.

Os números são ainda mais expressivos: mais de 76 mil resgates já foram realizados, e 108 pessoas seguem desaparecidas. Até então, 149 mortes foram confirmadas em decorrência da tragédia.

Morador vive em canoa para monitorar água
Foto: Reprodução/Profissão Repórter

Já o número de pessoas que precisam de abrigo no Rio Grande do Sul voltou a cair nesta quarta-feira, 15, de acordo com o último balanço divulgado pela Defesa Civil do Estado. São 76.580 pessoas abrigadas, 2.914 a menos do que na terça-feira, 14.

A Defesa Civil também emitiu alerta para a Região Metropolitana de Porto Alegre, nesta quarta-feira, 15. já que os rios da região seguem em elevação. Por isso, órgão pede que moradores evitem locais anteriormente alagados pelo Rio Guaíba.

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Fonte: Redação Terra
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