Tudo junto e misturado! Os paulistas vivem condições do tempo completamente distintas e impressionantes neste sábado, 24 de agosto de 2024.
Fumaça espalhada por todo o estado, labaredas de fogo pelo interior, cortinas de poeira levantadas pelo vento forte, frio e calor ao mesmo tempo em diferentes áreas do estado e para completar, a "faxina" feita pela chuva forte trouxe a fuligem do céu para o chão, que se depositou sobre os quintais e carros. É a chuva "preta", que já ocorreu outras vezes quando São Paulo também ficou coberto por fumaça.
Nuvem de poeira sobre atão e 24/8/24 (Foto: Vinícius Lucyrio)
O forte contraste de térmico gerado pela chegada da forte frente fria a SP causou intensas rajadas de vento no estado, que levantaram muita poeira. As grandes nuvens de chuva que avançavam sobre o estado na tarde do sábado, 24/8/24, também causara fortes rajadas de vento.
A base aérea de Pirassununga registrou rajada de 80 km/h, o aeroporto de Ribeirão Preto teve rajada de 62 km/h e o Viracopos, na região de Campinas, de 61 km/h.
O Instituto Nacional de meteorologia registrou rajadas de 73 km/h em Piracicaba e em Pradópolis, 63 km/h em São Simão e em Ariranha e de 60 km/h na região de São Carlos, Avaré e de Cachoeira Paulista.
Ao mesmo tempo, o vento forte levantou poeira em alguns locais, dispersou a fumaça em outros, mas atiçou e espalhou mais o fogo em outras.
Com 3175 focos, em 23 dias, SP registra o maior número de focos de fogo para agosto desde 1998, início da série de dados do monitoramento de queimadas do INPE.
Plumas de fumaça (manchas alongadas) foram captadas por satélites meteorológicos sobre SP em22/8/24
A quantidade de fumaça era tão grande que "enganou" os radares meteorológicos, que originalmente detectam chuva.
Os focos de queimada no interior de São Paulo estavam tão fortes e grandes no dia 23 de agosto de 2024, tão tão fortes e grandes, que os radares meteorológicos estão interpretaram a fumaça de queimada como sendo nuvem de chuva.
As machas verdes na imagem gerada pelos radares meteorológicos de Bauru e de Presidente Prudente são a fumaça e não chuva. Nesta imagem de 22/8/24, as manchas no Paraná são chuva, mas sobre São Paulo não.
Fumaça (manchas verdes sobre SP) detectada pelos radares meteorológicos de Bauru e
de Presidente Prudente em 22-8-24
Frio e calor ao mesmo tempo
Às 17 horas do sábado, 24/8/24, calor de 36°C (Ribeirão Preto) e frio de 15°C (Presidente Prudente). Esse forte contraste de temperatura também foi causado pela frente fria que chegou a São Paulo. No fim da tarde, o ar polar já havia derrubado a temperatura em metade do estado.
Acentuado contraste térmico sobre SP às 17h de 24/8/24 (Fonte: Inmet)
Chuva "preta" e frio em São Paulo
Depois de dias com menos de 20% de umidade no ar e calor de 32°C, muito acima do normal para agosto, choveu forte na cidade de São Paulo
Na sexta-feira, São Paulo via o céu e o sol vermelho por causa da fumaça que pairava sobre a cidade.
Segundo dados do Instituto Nacional de meteorologia, a capital paulista registrou 32,7°C na sexta-feira dia 24/8/24. Na tarde deste sábado, 24, a temperatura não passou dos 22°C.
A previsão é de temperatura máxima em torno dos 14°C para o domingo. Há chance de recorde de menor temperatura máxima do ano. O recorde atual é de 14,3°C, no dia 10 de agosto.
Fumaça sobre São Paulo deixa sol céu alaranjado (Foto: Aleff matos 23/8/24)
A chuva forte que caiu sobre São Paulo no fim da tarde do sábado fez a faxina completa e lavou a atmosfera, trazendo a fuligem do céu para o chão, que se depositou sobre os carros.
Fuligem sobre carro em São Paulo, após chuva forte no fim da tarde de 24/8/24 (Foto: Pedro Gambassi)
Uma forte frente fria chegou a SP e por isso esfriou muito, ventou e choveu forte. A chuva alivia os incêndios e o calor, assenta a poeira e melhora a qualidade do ar por alguns dias. O calor vai voltar no fim de agosto e a seca (e o risco de incêndio) voltam a aumentar.